segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Gálatas 3:26-27

Gálatas 3:26-27 - Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo.
PORQUE TODOS SOIS. Os judeus que eram descendentes biológicos por sucessão de Abraão, Isaque e Jacó, se ufanavam de serem pertencentes à árvore genealógica dos mais ilustres patriarcas daquela nação. Mas, por definição, os gentios, que faziam parte das demais nações do mundo, eram discriminados pela nação eleita, como pagãos, gente sem Deus, separados da comunidade de Israel, por não fazerem parte da aliança da circuncisão de Abraão. Mas que agora, todos tinham os mesmos direitos que Israel.

FILHOS DE DEUS. Quais os direitos que os judeus e gentios, que faziam parte da igreja de Cristo tinham? De serem feitos filhos de Deus, conforme o versículo anterior diz que é pela fé em Jesus Cristo, e confirmado por (João 1:11). Agora, todos que recebem a Cristo como Senhor e Salvador se tornam filhos por adoção de Deus. Cristo é o unigênito e primogênito de Deus, enquanto que, os seus discípulos se tornam filhos por adoção do mesmo Deus e Pai. Logo que, se somos filhos, somo Co-herdeiros em Cristo Jesus.

PELA FÉ. No tempo da velha dispensação e de conformidade com o judaísmo, os filhos de Deus eram aqueles que guardavam todas as ordenanças da legislação de Moisés, e que também faziam parte do pacto da circuncisão firmado com Abraão. Todavia, de acordo com o evangelho da graça de Deus, os filhos de Deus são aqueles que exercem sua fé no poderoso nome de Cristo, confiando inteiramente em sua obra de redenção.

EM JESUS CRISTO. Esta fé em Jesus Cristo deve ser alicerçada em todas as promessas de Deus quanto ao seu Messias, que ele haveria de enviar, e assim o fez, na pessoa bendita de Jesus de Nazaré. Fé de que em Jesus Cristo, Deus estava reconciliando o mundo consigo mesmo, por meio do sacrifício propiciatório do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. Fé de que em Jesus Cristo, o Emanuel veio como sendo Deus conosco.

PORQUE TODOS QUANTOS FOSTES BATIZADOS. Há um certo debate entre os comentaristas bíblicos, se o escritor se refere ao batismo espiritual ou o batismo ritual. Porem, tal debate não leva a nada, porque o mais importante é que seja em Cristo, e assim sendo, podemos dizer que tudo que envolve o nome de Cristo e o viver para Cristo, há um efeito benéfico para a vida dos seus seguidores e dos que nele são batizados.

EM CRISTO. Se o batismo citado na frase anterior diz respeito ao batismo no Espírito Santo só pode ser em Cristo, até porque aqueles que ainda não vivem com Cristo e para Cristo, não recebem tal batismo. E se este batismo se refere ao batismo em água, não poderia ser diferente, porque tal batismo é em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, portanto, a finalidade de tal batismo, é levar o que deve participa a se revestir de Cristo.

JÁ VOS REVESTISTES DE CRISTO. O escritor usa de uma metáfora para representar a essência de quem na verdade está inteiramente envolvido com Cristo e em Cristo. Quem é de Cristo, pensa como ele pensava, fala a palavra de Cristo, anda como ele andou e vive como ele viveu. Por isso que é realidade o fato de que, os remidos do Senhor são verdadeiros representantes de Cristo na terra e seus legítimos embaixadores.

Gálatas 3:24-25

Gálatas 3:24-25 - De maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados. Mas, depois que veio a fé, já não estamos debaixo de aio.
DE MANEIRA QUE A LEI. O capítulo de número três desta carta de Paulo aos Gálatas nos esclarece de forma pedagógica o que é a lei, e para que ela serviu. Bem como nos ensina coisas importantes sobre a dispensação da graça e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Como Israel estava se organizando como nação, precisava de leis que pudessem reger a sociedade, e assim sendo, o Senhor se utilizou de Moisés, que era um homem culto e formado em todas as ciências do Egito, para elaborar todas as leis da nação de Israel.

NOS SERVIU DE AIO. Mas, para que serviu a legislação de Moisés? Uma das respostas, nós encontramos justamente neste ponto, ela nos serviu de “aio”. De acordo com a cultura oriental, um “aio” era um escravo de confiança do seu patrão, que assumia a responsabilidade de educar o filho do seu patrão de seis a dezesseis anos, impondo-lhe regras rígidas e duras, até que levasse de volta ao seu pai, quando de maior de idade.

PARA NOS CONDUZIR A CRISTO. Neste ponto, o apóstolo dos gentios vê algo de bom no que diz respeito à composição da lei, quando afirma que ela conduziu o povo de Israel até a pessoa bendita de Cristo Jesus. Com isso, o autor afirma que a legislação de Moisés em sua pedagogia prática ou alegórica, sempre apontou em direção ao Messias de Deus. E a chegada de Cristo, foi o fim das funções do aio (lei), porque houve mudança de situação.

PARA QUE PELA FÉ. Com a chegada de um novo tempo, que era quando o menino atingia sua maturidade, não mais precisava do aio, a partir de então, era com ele e o seu pai. Assim foi com a implantação da nova dispensação da graça de Deus e a fé em Jesus Cristo, não mais precisa da lei. A partir de então, é com o Filho e com o Pai, eles que em um mesmo plano e desígnio inauguraram o novo tempo de governo e domínio no mundo.

FÔSSEMOS JUSTIFICADOS. No tempo da lei, o homem era justificado por méritos, em fazer cumprir todas as regras da legislação de Moisés. Já no novo tempo do Pai e do Filho, o homem é justificado pela sua fé em Cristo, e não mais pelo cumprimento das exigências da lei. Ser justificado pela fé é depositar total confiança em Cristo e crer que sua obra perfeita e gloriosa de redenção é suficiente para nos dar o direito à salvação.

MAS, DEPOIS QUE VEIO A FÉ. Esta fé põe limite entre o tempo da lei e o tempo da dispensação da graça. Em que no tempo da lei de Moisés, o povo de Israel estava sendo conduzido por um aio, que representava os mandamentos e regras da lei, mas que com a chegada da maturidade do Príncipe, não mais precisa do aio, e não precisar do aio é viver pela fé no príncipe, que é Cristo Jesus, o Filho de Deus, o Libertador da lei de Moisés.

JÁ NÃO ESTAMOS MAIS DEBAIXO DE AIO. A libertação do aio ou da lei, só era possível com a chegada da maturidade. A libertação da lei só foi possível com a chegada do Messias de Deus, que se manifestou na plenitude dos tempos para implantar um novo tempo, o tempo da nova dispensação da graça. Nem os judeus, e muito menos os gentios não precisam mais de cumprir as exigências de um código de lei, basta viver pela fé.

Gálatas 3:23

Gálatas 3:23 - Mas, antes que a fé viesse, estávamos guardados debaixo da lei, e encerrados para aquela fé que se havia de manifestar.
MAS, ANTES. O “antes” como termo temporal, diz respeito a um longo período de tempo, entre o momento em que uma promessa foi feita e o seu cumprimento. O Deus de Abraão fez aliança com o patriarca, quando Israel nem existiam como nação, depois teve mais quatrocentos e trinta anos, este antes cobre todo o tempo em que a lei passou a vigorar para o povo de Israel. Deus é eterno, portanto, não se submete ao tempo, porem, trabalha no tempo dos homens para cumprir seus propósitos na terra com o seu povo.

QUE A FÉ. Esta fé se traduz em plena confiança em Cristo, como sendo o Messias de Deus, que veio para cumprir a promessa feita a Abraão de que no seu descendente, Jesus Cristo, todas as nações do mundo, os gentios, seriam abençoadas. A fé cristã é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se veem (Hebreus 11.1). Está fé está depositada na obra perfeita do Cristo de Deus, ele que veio como sendo o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, por meio da expiação.

VIESSE. A chegada desta fé cristã foi sinalizada com o nascimento de Jesus, o Cristo de Deus, que veio para implantar a nova dispensação da graça de Deus, em que o homem entra com a sua fé, e Deus entra com a sua graça salvadora. Paulo fala do tempo do evangelho, em que as boas novas de salvação trás a viva esperança de bênção para esta vida presente, mais com promessas maiores de bênçãos futuras com a vida eterna.

ESTÁVAMOS GUARDADOS. Quem estava guardado? O autor se inclui entre todos aqueles que esperavam o tempo da graça de Deus, isso porque ele como judeu que era, tinha consciência de que pela lei, ninguém mais tinha condições de servir a Deus com fidelidade, como determinava as exigências da lei. Agora, o apóstolo dos gentios suaviza o verbo quando diz que todos estavam guardados debaixo da lei, até a chegada da fé.

DEBAIXO DA LEI. Esta lei a que se refere o escritor, diz respeito à legislação de Moisés, que fora dada aos filhos de Israel, agora, como nação independente. Quando se fala sobre a lei de Moisés, nela estão inclusas todos os tipos de leis que uma nação precisa para se organizar como um país independente. Na legislação de Moisés continha mandamentos religiosos, sociais, e civis, como a constituição, código civil, código penal e etc.

E ENCERRADO PARA AQUELA FÉ. Como no versículo anterior, novamente o apóstolo dos gentios volta a endurecer o termo, para descrever a realidade a que a lei submetia os seguidores do judaísmo. A palavra “encerrado” é um termo que fala sobre uma situação de aprisionamento em que o detento ficava em uma masmorra, no cárcere inferior, sendo totalmente banido de sua liberdade. Assim viviam os seguidores do judaísmo.

QUE HAVIA DE MANIFESTAR. Até que veio o veredito de liberdade, com a proclamação da nova dispensação da graça de Deus. A inauguração por Cristo deste novo tempo de relacionamento dos homens com Deus funcionou como o grito da liberdade dos escravos pela promulgação da lei áurea. Muito mais do que isso, porque Cristo libertou um povo cativo na alma e no espírito, e não somente temporariamente, mas para sempre.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Gálatas 3:22

Gálatas 3:22 - Mas a Escritura encerrou tudo debaixo do pecado, para que a promessa pela fé em Jesus Cristo fosse dada aos crentes.
MAS A ESCRITURA. Geralmente os escritores usam a palavra Escrituras no plural se reportando a todas as literaturas religiosas do povo judeu. Alguns comentaristas bíblicos chegam a dizer que, o uso da palavra Escritura no singular é porque havia a intenção do apóstolo dos gentios, em destacar a lei específica de Moisés, que os judeus tinham tanto respeito e consideração que separavam os escritos de Moises dos demais, principalmente os judeus ortodoxos, como sendo vinda de Deus, e das mãos de Moisés.

ENCERROU TUDO. Essa é uma expressão que tipifica a lei como uma masmorra em que alguém ficava preso sem ter nenhum tipo de liberdade, ao ponto de não ter direito nem de ver a luz do sou, porque era um cárcere bem profundo, nas partes mais baixa de uma prisão pública. Aqueles que se submetiam as exigências da legislação de Moisés, principalmente quem era circuncidado, porque assumia compromisso de fidelidade, se sentiam presos aos mandamentos e estatutos da lei, para o resto de suas vidas.

DEBAIXO DO PECADO. Este era o julgo a que eram submetidos os que viviam sob a lei de Moisés, isso porque, em tudo os seguidores do judaísmo viam pecado, e desta forma, se transformavam em escravos e não livres. A opressão era o que prevalecia, e o medo era dominante, porque as regras eram rígidas, e se alguém quebrasse qualquer um dos mandamentos da lei, já era esperando o castigo e a repreensão como recompensa.

PARA QUE A PROMESSA. Como Deus é misericordioso, compassivo e benevolente, lembrou-se da promessa feita ao patriarca Abraão de por meio do seu descendente, o Cristo, abençoar todas as nações do mundo, os gentios. No entendimento de Paulo, a promessa feita a Abraão não se cumpriu nos seus descendentes, Isaque, Jacó e os filhos de Israel como nação, mas vindo o Messias de Deus, a promessa se cumpria na Igreja.

PELA FÉ. Abraão tomou posse da promessa de Deus, por isso que está escrito: E creu Abraão e isso lhe foi imputado como justiça. Da mesma forma é que os remidos de Cristo tomam posse da promessa de Deus, crendo em Cristo Jesus, como sendo o descendente de Abraão sobre o qual todas as nações do mundo são abençoadas. Nesta nova aliança de Deus com a igreja de Cristo, os salvos entram simplesmente com a sua fé em Cristo.

EM JESUS CRISTO. Uma das frases mais conhecidas em termos de soteriologia é aquela que diz: Crer no Senhor Jesus e serás salvo tu e a tua casa. E outra vez: Para que todo aquele que nele crer, não pereça mais tenha vida eterna. Quem quiser tomar posse da promessa de Deus, tem que crer no poderoso nome de Cristo Jesus e na sua obra perfeita de redenção. Em Jesus Cristo, Deus estava reconciliando o mundo consigo mesmo.

FOSSE DADA AOS CRENTES. Pela fé é que os discípulos de Cristo tomam posse das promessas de Deus. Desde os tempos da igreja primitiva que os servos de Cristo e todos aqueles que se convertiam ao cristianismo eram chamados de crentes, e isso, muito mais nos dias de hoje. Crentes, porque acreditam que Jesus Cristo é o Messias de Deus, que se manifestou como sendo o Emanuel, Deus entre os homens para salvar os homens.

Gálatas 3:20-21

Gálatas 3:20-21 - Ora, o medianeiro não o é de um só, mas Deus é um. Logo, a lei é contra as promessas de Deus? De nenhuma sorte; porque, se fosse dada uma lei que pudesse vivificar, a justiça, na verdade, teria sido pela lei.
ORA, O MEDIANEIRO. O medianeiro é alguém que se interpõe entre duas ou mais partes para facilitar a negociação de um acordo ou aliança, que também serve de intercessor ou interlocutor. No caso da dispensação da lei, os filhos de Israel tiveram Moisés, e no caso de Moisés e Deus, o escritor diz no texto anterior que tiveram os anjos. Mas no que diz respeito à nova dispensação da graça de Deus com a humanidade, só teve um Mediador que é Cristo Jesus, o Emanuel, que era Deus entre os homens e pelos homens.

NÃO É DE UM SÓ. O autor usa uma metáfora para explicar o caso da antiga e da nova aliança de Deus com os homens. No caso da lei, não houve apenas um medianeiro mais no caso, tiveram dois, entre Deus e o povo, o primeiro foram os anjos e depois Moisés, que para o escritor era sinal de fragilidade. Quando na aliança de Deus com a igreja, somente um, que foi o Príncipe e Filho de Deus, Jesus Cristo, conforme (1 Timóteo 2:5).

MAS DEUS É UM. Agora, quanto à aliança com o patriarca Abraão, mediante o seu descendente ou com o seu povo Israel por meio da lei, e ainda a nova aliança da graça divina, em todos estes casos uma das partes envolvida era o mesmo Deus, ele que é único e verdadeiro. O que Paulo esta explicando é que o mesmo Deus que fez promessas a Abraão, como também fez aliança com Israel, é o mesmo que enviou o Messias.

LOGO, A LEI É CONTRA AS PROMESSAS DE DEUS? Paulo quer saber dos seus opositores, que eram judaizantes e provavelmente também os cristãos legalistas de Jerusalém, se a lei, que veio muitos anos depois, teve o intuito de anular as promessas feitas a Abraão? Deus em sua fidelidade não iria estabelecer uma aliança com o objetivo de desfazer uma outra, que a muitos anos atrás, havia firmado com o patriarca da nação de Israel, Abraão.

DE NENHUMA SORTE. A lei não teve o efeito de desfazer as promessas feitas anteriormente com o patriarca Abraão. A lei foi dada por Moisés ao povo de Israel para cumprir seu propósito de mostrar aquela nação que as promessas são mais importantes do que um código de lei, escrito para exigir seu cumprimento, coisa que não foi possível. De sorte que, as promessas feitas a Abraão sempre estiveram de pé, mesmo com a lei.

PORQUE, SE FOSSE DADA UMA LEI QUE PUDESSE VIVIFICAR. Os estudiosos da legislação de Moisés sabem que, a contrapartida da lei de Moisés era para esta vida presente, com propostas de bênçãos materiais. Não se verifica dentro do escopo da legislação de Moisés promessas referente à vida eterna ou salvação, como se tem na nova dispensação da graça de Deus. Vivificar, neste caso, é viver para a vida eterna ou salvação eterna.

A JUSTIÇA, NA VERDADE, TERIA SIDO DA LEI. Se na lei de Moisés tivesse as mesmas promessas para esta vida, mas principalmente para a vida futura, após a morte física, como estão propostas na nova dispensação da graça. Então, não seria necessário um novo pacto, que foi firmado por Deus com a humanidade, por meio de Jesus Cristo, ele que como único Mediador entre Deus e os homens, implantou a dispensação da graça.

sábado, 11 de fevereiro de 2017

Gálatas 3:19

Gálatas 3:19 - Logo, para que é a lei? Foi ordenada por causa das transgressões, até que viesse a posteridade a quem a promessa tinha sido feita; e foi posta pelos anjos na mão de um medianeiro.
LOGO, PARA QUE É A LEI? Os judaizantes supervalorizavam a legislação de Moisés e a defendiam como único meio de se fazer a vontade de Deus e ganhar as suas bênçãos. Já os cristãos legalistas pregavam o evangelho, mas também afirmavam de que, mesmo alguém tendo se convertido ao cristianismo, precisava guardar a lei de Moisés. Paulo continua suas explicações e traz essa pergunta importante dentro deste debate, para que serve a lei de Moisés? Por que ela foi instituída para os filhos de Israel?

FOI ORDENADA POR CAUSA DAS TRANSGRESSÕES. Quando o escritor coloca a palavra “ordenada” parece ser de propósito, porque a lei tinha que ser cumprida por todos os seguidores do judaísmo em todas as suas exigências. A lei foi ordenada para mostrar aos filhos de Israel o quanto o ser humano é tendencioso ao erro mesmo. A prova disto é que, o povo judeu não teve condições de guardar fielmente as exigências da lei de Moisés.

ATÉ QUE VIESSE A POSTERIDADE. Paulo aponta que, a lei de Moisés tinha data de validade e que chegando esta data, se venceu. Essa posteridade é o descendente de Abraão, sobre quem a promessa devia se cumprir, e esta posteridade é Jesus Cristo. A vinda de Cristo proporcionou um novo tempo para a humanidade, porque se cumpria nele a promessa feita a Abraão, que nele todas as nações do mundo seriam abençoadas.

A QUEM A PROMESSA. Os filhos de Israel não tinham olhos nem visão para enxergar de que a promessa de Deus ao patriarca Abraão era para o tempo do Messias, mas eles só compreendiam de que, Isaque, Jacó e os seus descendentes eram os herdeiros das promessas feitas ao mais ilustre dos patriarcas, Abraão. No entanto, Paulo mostra neste particular que a promessa tinha sido direcionada ao descendente ilustre, Jesus Cristo.

TINHA SIDO FEITA. Para o apóstolo dos gentios, os judaizantes tinham feito uma interpretação errada da aliança feita entre Deus e Abraão, quando pensavam de que a promessa tinha sido feita para os descendentes de Abraão e não ao Messias. Por isso que os judeus não aceitaram de que Jesus de Nazaré seria este descendente de Abraão, porque não acreditaram que Jesus era o Messias prometido por Deus.

E FOI POSTA PELOS ANJOS. O autor volta a falar sobre a lei, ao destacar mais um ponto fraco da legislação de Moisés. Era cresça comum entre os judeus que a lei de Moisés havia sido mediada entre Deus e Moisés por meio de anjos. E com isso se perguntava: Por que Deus não tratou diretamente com o seu povo na entrega da lei? Mas, com relação à nova dispensação, Deus se utilizou do seu próprio Filho como mediador da nova aliança.

NA MÃO DE UM MEDIANEIRO. Este medianeiro a quem se reporta o escritor, diz respeito ao grande legislador dos judeus, Moisés. Quer dizer, entre Deus e o povo, havia dois medianeiros, os anjos e depois Moisés. Já a nova aliança, só existe um Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, ele que é o Filho de Deus e também o Emanuel, ou seja, Deus entre os homens. Para Paulo, a nova aliança estava validada por Deus em Cristo.

Gálatas 3:18

Gálatas 3:18 - Porque, se a herança provém da lei, já não provém da promessa; mas Deus pela promessa a deu gratuitamente a Abraão.
PORQUE, SE A HERANÇA. Esta herança, diz respeito à posse de alguma coisa, que no caso em foco, diz respeito ao cumprimento da aliança feita a Abraão por Deus, que se cumpriu na igreja de Cristo, composta de todas as nações do mundo, e não nos descendentes físicos do patriarca. No caso da lei de Moisés, a posse da herança era terrena e material, porque as promessas eram para esta vida terrena. Mas no caso das promessas espirituais feitas a Abraão são eternas, o que resulta na salvação para a igreja remida de Cristo.

PROVÉM DA LEI. Em se tratando dos homens, quando em uma aliança ou acordo, se espera uma só palavra das partes, até porque duplicidade significa quebra de contrato ou acordo. Muito mais com Deus, ele prometeu a Abraão abençoar todas as nações do mundo por meio do seu descendente, que é Cristo. Desta forma, a posse da promessa não poderia se dar pela lei, até porque a promessa feita a Abraão foi antes da lei, quatrocentos e trinta anos antes de vir à lei, conforme o escritor deixa explícito.

JÁ NÃO PROVÉM DA PROMESSA. Se a posse do que Deus havia acordado com Abraão fosse pela lei, já não seria pela promessa feita ao patriarca Abraão, ou uma coisa ou outra, ou prevalece á lei ou a promessa, não poderia ser pelas duas, até porque são alianças deferentes e opostas uma da outra. Certamente Paulo estava se defendendo dos cristãos legalistas que defendiam a conversão ao cristianismo sem deixar de cumprir a lei.

MAS DEUS. A validação da aliança baseada na promessa, que era para todas as nações do mundo, por meio do descendente, que era Cristo, e não Isaque, não foi feita por um homem fraco, que para defender seus interesses, hoje diz uma coisa e amanhã já diz outra. Mas, a promessa feita ao patriarca Abraão foi feita pelo Deus único e verdadeiro Criador de todas as coisas, aquele que não mente, e conforme as Escrituras, não muda.

PELA PROMESSA. A aliança feita por Deus a Abraão não se cumpriu na lei de Moisés, ou na antiga dispensação da lei, mas ela teve o seu fiel cumprimento baseada na promessa, que estava se cumprindo na nova dispensação da graça, com o exercício da fé em Cristo Jesus, que foi destacado pelo apóstolo dos gentios, como o descendente de Abraão sobre quem a promessa havia sido feita, e não em um código de lei, que não deu certo.

A DEU GRATUITAMENTE. Essa é uma expressão que representa a graça de Deus sobre o patriarca Abraão, o que na nova dispensação se traduz por aliança da graça. A promessa foi feita a Abraão sem que ele tivesse que cumprir nenhuma exigência feita por uma lei. Quando se diz que Deus deu a promessa a Abraão gratuitamente, isso quer dizer que foi por graça, ou um favor não merecido, porque graça significa justamente isso.

A ABRAÃO. Este patriarca era chamado pelo povo de Israel como o pai de toda aquela nação, enquanto que o apóstolo dos gentios a classifica de pai de todos os que creem. A aliança feita entre Deus e Abraão, baseada na promessa é uma tipologia do que havia de acontecer com a aliança de Deus com a igreja de Cristo, em que o Mediador desta aliança é o descendente de Abraão, o Messias de Deus, o Emanuel que é o Cristo de Deus.

Atos 28.30-31

Atos 28.30-31 - E Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara, e recebia todos quantos vinham vê-lo. Pregando o rein...