quinta-feira, 31 de julho de 2014

2 João 1:3

2 João 1:3 - Graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e da do Senhor Jesus Cristo, o Filho do Pai, seja convosco na verdade e amor.
GRAÇA. A palavra graça separada da palavra paz era uma saudação grega ou dos gentios convertidos ao cristianismo. Representando o modo gracioso como foram alcançados pelo evangelho das boas novas e receberam a Cristo como único Salvador. Na realidade os gentios ou os não Judeus eram povos que viviam separados da comunidade de Israel e não eram alcançados pela antiga aliança de Deus com o seu povo. Na nova aliança, foram todos alcançados pela graça de Cristo Jesus. A palavra graça quer dizer: favor não merecido, porque na realidade a nova aliança da graça de Deus recaiu sobre os gentios que não mereciam este favor divino.

MISERICÓRDIA. Incluir a palavra misericórdia na saudação da igreja era uma demonstração do derramar abundante da bondade de Deus para com os gentios que foram alcançados pelo grande e infinito amor de Deus Pai em Cristo. A nova aliança de Deus com a humanidade foi a chegada desta misericórdia de Deus, enviando o seu Messias prometido para realizar a obra de expiação em prol de todos. Com isso concorda o texto que afirma que as misericórdias do Senhor são tudo para nós. Lamentações 3:21-22 - As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim. Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade. A igreja de Cristo foi alcançada por essa misericórdia.

PAZ. Em termos de Saudação era e sempre foi à saudação judaica dos filhos de Israel. Como sabemos, todos os bons elementos da antiga aliança foram transportados para o cristianismo, até porque o fundador da nova aliança de Deus com a humanidade é um Israelita da gema, Jesus de Nazaré. Incluir a palavra paz na saudação cristã tem todo o sentido, uma vez que, o Messias de Deus veio justamente estabelecer a paz entre Deus e os homens, isto foi possível mediante a reconciliação realizada pelo Senhor Jesus (Romanos 5:11 - E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação).

DA PARTE DE DEUS PAI. Tanto a graça que é um favor não merecido quanto à misericórdia que representa o amor de Deus pela igreja de Cristo e também à paz que representa a reconciliação do homem com o seu Criador provem de Deus que nos reconciliou consigo mesmo (2 Coríntios 5:18 - E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação). A fonte mesmo de todos estes benefícios é o Deus Criador de tudo.

E DA DO SENHOR JESUS CRISTO, O FILHO DO PAI, SEJA CONVOSCO NA VERDADE E AMOR. Esta mesma graça, misericórdia e paz passam pelo Cristo de Deus porque ele foi o executor da reconciliação entre Deus e os homens. A missão do Cristo de Deus foi justamente para abrir a porta da graça para sua igreja, como um ato voluntário de pura misericórdia, porque os gentios não mereciam esta graça misericordiosa, e o resultado foi efetivamente estabelecer a verdadeira paz entre o Criador e suas criaturas. Sem a intervenção de Cristo, não seria possível todas estas bênçãos para a sua igreja. O Filho do Pai nos proporciona em verdade e amor tudo isso e muito mais.

2 João 1:1-2

2 João 1:1-2 - O Presbítero à senhora eleita, e a seus filhos, aos quais amo na verdade, e não somente eu, mas também todos os que têm conhecido a verdade. Por amor da verdade que está em nós, e para sempre estará conosco.
O PRESBÍTERO À SENHORA ELEITA. A palavra “presbítero” pode significar para esta época em que foi escrito esta carta, um bispo, um supervisor ou um ancião. Na verdade João era apóstolo de Jesus Cristo, mas como não estava escrevendo para uma outra autoridade eclesiástica, ele preferiu usar de humildade para com a pessoa para a qual estava endereçando sua correspondência. Afirmamos assim, porque é unânime a autoria desta epístola universal ao mesmo evangelista que foi autor do quarto evangelho do novo testamento, chamado João, assim bem como o livro de Apocalipse. Não se sabe o motivo pela qual o autor não quis mencionar o nome desta senhora eleita, o que se pode conjecturar é de que ela era uma senhora de muita influência para a igreja de Cristo na Ásia Menor. É provável que a igreja se reunisse em sua casa.

AOS SEUS FILHOS, AOS QUAIS AMO NA VERDADE. João destacou a importância desta senhora, e o quanto ela representava para a igreja de Cristo em alguma cidade da Ásia Menor. Ao afirmar que ela era “eleita” é porque o apóstolo conhecia bem aquela senhora, que também poderia ser uma diaconisa da igreja de Cristo. É provável que João em suas viagens missionárias ou supervisionando as igrejas em toda a Ásia Menor se hospedasse ou se reunisse com a igreja na residência desta senhora. João conhecia bem seus filhos, ao ponto de destacar o amor que sentia por eles. Não se sabe se ela era uma viúva rica, que já não tinha mais marido, pelo fato de que o autor não o cita, mas apenas ela com os seus filhos, que João amava em verdade.

E NÃO SOMENTE EU, MAS TAMBÉM TODOS OS QUE TÊM CONHECIDO A VERDADE. O autor deixa transparecer nesta sua expressão de que por onde passava dava testemunho da importância desta senhora eleita, e do bem servir dos seus filhos a igreja de Cristo que se reunia em sua residência. E esta forma carinhosa de reconhecimento da parte do escritor para com esta senhora e sua família se espalhava por todas as igrejas em que João era supervisor ao ponto do mesmo amor fraternal que havia no coração do apóstolo, habitar também nos corações até mesmo dos que não conheciam esta senhora e seus filhos. Certamente, não somente o autor conhecia esta família, mas muitos outros líderes da igreja já havia se hospedado em sua casa, ou como ponto de reunião cristã, já havia pregado ali.

POR AMOR DA VERDADE QUE ESTÁ EM NÓS. O certo é que esta senhora juntamente com seus filhos, que davam o testemunho cristão digno de pessoas realmente convertidas, eles espalhavam amor em todas as direções. E quem os conheciam pessoalmente ou ouviam falar do que eles faziam pela igreja de Cristo e pela reino de Deus se enchiam de amor por eles. A prática de boas ações tem a eficácia de semear o amor fraternal, como regra áurea do verdadeiro cristianismo.

E PARA SEMPRE ESTARÁ CONOSCO. O amor que se espalhava nos corações de toda a igreja de Cristo por esta família não tinha lugar para engano ou falsidade, porque tinha como base a verdade de Deus e de Cristo. O autor autentica sua declaração por si e pela igreja, em reconhecimento eterno, e não em sentimento de emoção passageira.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Filemom 1:24-25

Filemom 1:24-25 - Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com o vosso espírito. Amém.
MARCOS, ARISTARCOS. Continuam as saudações finais de Paulo e cita o nome de Marcos, que é o mesmo que João Marcos. Ele que no começo falhou com Paulo, mas que foi amadurecendo na fé, ao ponto de já por este tempo do ministério de Paulo ser chamado de cooperador do apóstolo. Ele se tornou um cooperador de confiança de Barnabé, o que o ajudou a se reaproximar de Paulo. Aristarco, que também é chamado de prisioneiro de Cristo juntamente com Paulo. Não se sabe se ele estava preso por conta do evangelho de Cristo ou de forma voluntária para ficar perto do apóstolo e poder ajuda-lo. Ele era de Tessalônica, mas que foi companheiro de viagem de Paulo a Roma, E que estivera em companhia do apóstolo em Éfeso.

DEMAS E LUCAS. Demas, é uma personagem da qual o evangelho fala pouco a seu respeito. Em 2 Timóteo 4:10 nos fala de sua retirada ou fuga da obra, isso se deveu não por se ter desviado do evangelho mais sim para cuidar dos seus próprios negócios. Porem, já nesta referencia a que estamos comentando aparece como um dos cooperadores de Paulo, ao que tudo indica retornou a realizar a obra do Senhor. Lucas, diz respeito ao médico amado, que se tornou um dos companheiros de viagem do apóstolo, e um dos maiores escritores do novo testamento, com sua obra Lucas-Atos. Conforme as tradições cristãs, ele deixou de exercer plenamente sua profissão de médico para se dedicar a obra do evangelho poderoso de Cristo Jesus.

MEUS COOPERADORES. Paulo assim classificava todos aqueles que de alguma forma ajudavam no seu ministério em prol do evangelho de Cristo. Como missionário ele fundou muitas igrejas no mundo gentílico. E onde fundava uma nova comunidade cristã, ele preparava obreiros locais para tomarem conta dos trabalhos, a quem chamava de cooperadores, e partia para outro campo missionário para pregar o evangelho onde Cristo ainda não era conhecido. No caso destes que foram citados anteriormente, além de cooperarem na obra do evangelho com Paulo, estes estavam agora, neste momento difícil da vida do apóstolo o ajudando em seu aprisionamento.

A GRAÇA DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO. Quando a saudação era dirigida a igreja composta de judeus e gentios, comumente a saudação era graça e paz. Neste caso a saudação foi dirigida a um cidadão gentio, portanto, a saudação para os gentios se usava em alguns casos apena a palavra graça, expressando o modo gracioso como Deus abril a porta da graça para aqueles que não tinham nenhuma aliança com o Deus de Israel. A graça de nosso Senhor Jesus Cristo é citada porque Cristo veio para o que era seu e os seus não o recebeu, mas a todos quanto o receberam deu-lhes o poder de se fazerem filhos de Deus, aos que creem em seu nome, João 1:11-12.

SEJA COM O VOSSO ESPÍRITO. AMÉM. O apóstolo estava abençoando a Filemom com a graça de Cristo, não somente nas coisas materiais, mas no homem interior, no espírito. O seu desejo é que seu amigo Filemom fosse iluminado com esta graça ao ponto de compreender a plenitude da obra expiatória de Cristo Jesus em favor de todo o mundo. Essa graça de Cristo chegando ao espírito de Filemom, ele iria entender que recebeu o perdão de Cristo para também poder perdoar Onésimo.

Filemom 1:22-23

Filemom 1:22-23 - E juntamente prepara-me também pousada, porque espero que pelas vossas orações vos hei de ser concedido. Saúdam-te Epafras, meu companheiro de prisão por Cristo Jesus.
E JUNTAMENTE PREPARA-ME TAMBÉM POUSADA. Até então, Paulo vinha cuidando do assunto da ida de Onésimo e a sua chegada junto a Filemom. Sua maior preocupação era com o encontro entre o escravo fugitivo e o seu dono, no que poderia acontecer se Filemom resolvesse não perdoar os erros cometidos pelo seu escravo. Agora, o apóstolo também acena de sua possível ida posteriormente até onde Filemom estava. Certamente este aceno de Paulo, de que depois iria pessoalmente ao encontro de Filemom, funcionava como pressão psicológica para que Onésimo fosse bem recebido pelo seu patrão. É como se Paulo estivesse dizendo para Filemom: Estou enviando Onésimo com esta carta de recomendação e reconciliação, mas em breve eu estarei também ai para ver como foram resolvidas as coisas entre vocês.

PORQUE ESPERO QUE PELAS VOSSAS ORAÇÕES. A esperança de Paulo era de que mais uma vez o Senhor, como de outras vezes lhe concedesse a libertação da prisão para então voltar a fazer suas viagens missionárias. E já estava em seu pensamento e fazia parte dos seus planejamentos visitar Filemom, seu grande amigo. Por isso que apelava para a oração de Filemom e dos seus para que isso realmente se tornasse realidade. Como um homem de oração que era o apóstolo sabia de que pela oração dos justos Deus podia fazer até mesmo o impossível. Em suas cartas, Paulo sempre fala de suas orações contínuas em favor dos servos de Cristo, como também não cessa de pedir orações em seu favor para que Deus lhe conceda cumprir com tudo aquilo que sobre ele estava designado. A oração de um justo pode muito em seus efeitos.

VÓS EI DE SER CONCEDIDO. Paulo reconhece de que o momento era difícil para ele neste momento de seu aprisionamento. Ele era consciente de que poderia humanamente falando nem sair mais desta situação. Mas ao mesmo tempo tinha confiança de que pela oração dos seus amigos em seu favor Deus poderia reverter o quadro e lhe conceder o privilégio de ir visitar a Filemom e aqueles que com ele estavam. Somente um milagre da parte de Deus era que tornava possível a chegada de Paulo na presença de seu amigo Filemom. Muitos dos que poderiam defender o apóstolo perante as autoridades romanas já haviam se afastado dele com medo das reações contrárias e dos prejuízos sociais que poderiam advir disto.

SAÚDAM-TE EPAFRAS, MEU COMPANHEIRO DE PRISÃO. Segue-se o restante desta carta às saudações finais do apóstolo e dos que ainda restavam dos seus amigos com ele. Epafras quer dizer encantador. Ele era um dos auxiliares de Paulo nos cuidados das igrejas em Colossos, Hierápolis e Laudicéia. Esteve com Paulo na prisão para visita-lo, onde ficou voluntariamente como companheiro de prisão do apóstolo.

POR CRISTO JESUS. Não foi que Epafras tivesse cometido algum tipo de transgressão contra as leis romanas, mas, neste tempo, e pelas leis vigentes, alguém poderia se oferecer voluntariamente para ficar preso, com o objetivo de ajudar a outrem que estava sob os cuidados do Estado. Tudo isso estava fazendo Epafras por Paulo por amor a Cristo e o seu evangelho, porque era por esta causa que Paulo estava preso.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Filemom 1:20-21

Filemom 1:20-21 - Sim, irmão, eu me regozijarei de ti no Senhor; recreia as minhas entranhas no Senhor. Escrevi-te confiado na tua obediência, sabendo que ainda farás mais do que digo.
SIM, IRMÃO, EU ME REGOZIJAREI DE TI NO SENHOR. Paulo vinha falando sobre o perdão da dívida de Onésimo para com Filemom, mas si isso não fosse possível, que se colocasse em sua conta. E ele começa este texto usando uma afirmativa, “sim” com a certeza de que seu amigo iria compreender sua proposta. Chama então Filemom de irmão porque o conhece e sabe de que ele era um convertido ao cristianismo e seguidor de Cristo Jesus. Com isso aponta para o sentimento familiar de Filemom lembrando-o de que agora, tanto ele quanto Onésimo e também o próprio Paulo, faziam parte da família divina. O escritor usa o verbo no futuro porque espera bons resultados ao saber que vai se alegrar em Cristo por ter Filemom perdoado a dívida de Onésimo, e por fim o liberar de volta para que esteja com ele para ajudá-lo na prisão.

RECREIA AS MINHAS ENTRANHAS NO SENHOR. Enviada a carta pelo próprio Onésimo, só restava esperar o desfecho do que poderia acontecer. Ficava então a expectativa da reação de Filemom com o retorno do seu antigo escravo fugitivo, com uma carta de recomendação impecável em termos de defesa. Há nesta frase aqui escrita pelo apóstolo um pedido indireto para que Filemom acatasse suas reivindicações em prol de Onésimo. Somente o bom resultado e o atendimento de suas solicitações poderia alegrar a alma do velho apóstolo. Paulo estava ansioso de que pudesse se alegrar em Cristo por saber que seu amigo e irmão Filemom recebeu bem a Onésimo, perdoou a sua dívida, e além do mais o enviou de volta para servir ao apóstolo neste momento difícil de sua vida e de seu ministério.

ESCREVI-TE CONFIANDO. Neste tempo de sua vida, Paulo já era bastante experiente nas coisas do reino de Deus e já havia passado por muitas coisas na vida, portanto, sabia do que estava escrevendo. Cada palavra do conteúdo de sua epístola endereçada ao seu amigo Filemom estava completamente carregada de certeza do que estava escrevendo. Suas convicções eram baseadas na confiança de que o Espírito de Deus entraria em ação quando Filemom lesse sua correspondência, no sentido de tocar em sua sensibilidade, a fim de que tudo ocorresse conforme ele esperava. Por conhecer um pouco do seu amigo, tinha certeza de que seria atendido.

NA TUA OBEDIÊNCIA. Certamente Paulo tem um lampejo em seus pensamentos de que Filemom era um cristão verdadeiro, e como tal, ia receber Onésimo com sua carta de recomendação, como um homem de Deus, e não simplesmente como um homem rico, que estava decepcionado com seu escravo fugitivo e que só merecia o castigo ou a morte. Paulo esperava efetivamente que Filemom agisse conforme os padrões de um discípulo de Cristo, que tem como princípio o amor fraternal.

SABENDO QUE AINDA FARÁS MAIS DO QUE DIGO. As cogitações dos pensamentos do apóstolo eram de que Filemom além de atender suas reivindicações sobre Onésimo e a causa que o envolvia, iria ele reagir positivamente, além das expectativas do que estava exposto na carta. Certamente Onésimo estava com receio do seu encontro com Filemom, mas Paulo lhe garante que ele vai se surpreender com a boa receptividade.

Filemom 1:19

Filemom 1:19 - Eu, Paulo, de minha própria mão o escrevi; eu o pagarei, para te não dizer que ainda mesmo a ti próprio a mim te deves.
EU, PAULO. Quando o escritor usa o seu nome pessoal na primeira pessoa, ele deseja enfatizar o que realmente estava a dizer. O nome original do Apóstolo Paulo era Saulo; no judaico Saulo, em hebreu Shaul (Saul) e no grego Saulus. O Apóstolo Paulo nasceu entre os anos 5 e 10 d.C. na cidade de Tarso da Cilícia . Por isso era e é chamado Paulo ou Saulo de Tarso. Atos 9:11 - E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e vai à rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando. Ele era da tribo de Benjamim e foi criado de conformidade com as tradições judaicas. Nesta epístola pastoral ele se apresenta como amigo de Filemom, a quem estava se dirigindo por meio desta epístola para interceder em benefício de Onésimo seu filho na fé, que era um ex-escravo de Filemom.

DE MINHA PRÓPRIA MÃO O ESCREVI. Geralmente Paulo usava um amanuense para escrever suas cartas e epístolas. Mas neste caso, ele de próprio punho estava concluindo esta epístola. Há quem diga que Onésimo não sabia escrever e apesar de Timóteo ser citado no início da carta, mas este tratado tinha que ter a assinatura da parte de quem se comprometia, no caso Paulo. Também temos aqui mais um argumento em favor da tese de que neste momento de aprisionamento quase todos os amigos de Paulo se afastaram dele, até para não correrem o mesmo risco de serem presos também. Além do mais esta era uma carta compromisso, em que Paulo se comprometia em arcar com os danos e com os prejuízos causados a Filemom pelo seu antigo escravo Onésimo. Portanto tinha que ter a assinatura de Paulo.

EU O PAGAREI. Mais uma vez Paulo se compromete em saldar a dívida feita por seu filho na fé Onésimo perante Filemom. Onésimo levava consigo este acordo por escrito pela própria mão de Paulo se comprometendo com Filemom em arcar com os prejuízos feitos em tempos passados com Filemom. Onésimo sabia quem era Filemom e conhecia bem o quanto ele era carrasco com os seus escravos, (mas isso antes dele se converter). O apóstolo não queria saber de quanto era à dívida, mas assinou uma promissora em branco, e enviou para Filemom dizendo: Coloque o valor da conta que meu Filho na fé, Onésimo te deve porque eu te pagarei. Era como se o apóstolo estivesse dando um cheque em branco pela dívida de Onésimo.

PARA TE NÃO DIZER QUE AINDA MESMO A TI PRÓPRIO. A maioria dos comentaristas bíblicos ver nesta expressão do apóstolo um certo tom de brincadeira da parte do apóstolo para com Filemom. Mas como o assunto dizia respeito a quantias em dinheiro, Paulo pede que Filemom faça primeiro uma avaliação do quanto é que vale ele próprio (Filemom). Era como Paulo estivesse perguntando a Filemom: Olha meu amigo, antes de você calcular a dívida que Onésimo te deve, você faça os cálculos de quanto é que vale primeiro você. Com o seu valor em mãos venha me cobrar à dívida.

A MIM TE DEVES. Não se sabe que tipo de favor Filemom devia ao apóstolo Paulo. Mas, podemos conjecturar de que se devia ao fato de que ele havia se convertido por meio do trabalho missionário do apóstolo. Certamente o próprio Filemom já havia dito a Paulo que devia tudo a ele por fazer parte do reino de Deus. Isso não tem preço.

Filemom 1:17-18

Filemom 1:17-18 - Assim, pois, se me tens por companheiro, recebe-o como a mim mesmo. E, se te fez algum dano, ou te deve alguma coisa, põe isso à minha conta.
ASSIM, POIS, SE ME TENS POR COMPANHEIRO. Sem dúvida alguma que Paulo e Filemom eram amigos e companheiros ou sócios em uma mesma causa que era a causa do evangelho do reino de Cristo. O apóstolo usa uma palavra que descreve a sociedade em um negócio. Onde tanto Filemom quanto ele tinham os mesmos interesses no bem-estar do empreendimento. E como Paulo anteriormente chamara Onésimo de “meu filho” desejava que seu herdeiro espiritual participasse do negócio tal qual ele próprio. É como se Paulo dissesse para Filemom: Somos sócios neste negócio, como não posso ir pessoalmente estou enviando um meu representante, meu filho, para que possa participar contigo dos mesmos interesses.

RECEBE-O COMO A MIM MESMO. Paulo não queria que Onésimo se apresentasse ao seu antigo patrão como um escravo. O que o apóstolo desejava realmente era de que Onésimo chegasse diante de Filemom como seu representante. Isto porque conforme as leis romanas da época, Filemom tinha direitos sobre a vida de Onésimo para fazer dele o que bem quisesse. Poderia ferrá-lo, castiga-lo e até mata-lo se assim o desejasse. Como Paulo tinha um grande amor fraternal por Onésimo e precisava dele por demais, queria preservá-lo de qualquer prejuízo ou desgaste. De modo que, nesta carta de recomendação, o apóstolo envia Onésimo como seu legítimo representante. Era como se o próprio fosse no lugar de Onésimo.

E SE TE FEZ ALGUM DANO. Em muitos casos, na antiguidade onde era permitida a escravidão de seres humanos, havia rebelião por parte de um ou até mesmo por todo o grupo de escravos de uma determinada fazenda. E nestes casos, o escravo provocava um grande estrago na fazendo antes de fugir para que o seu dono diante dos prejuízos não pudesse ter condições de realizar a incursão em busca do escravo fugitivo. Não se sabe se este foi o caso de Onésimo para com Filemom, mas se fosse, o apóstolo estava assumindo a responsabilidade de arcar com os prejuízos. Fosse pouco ou muito os danos que porventura Onésimo tivesse causado, Paulo pagaria.

OU SE TE DEVE ALGUMA COISA. Neste tempo, o escravo era comprado por alguém e só tinha direito a comida pela recompensa do seu trabalha. Se o escravo quisesse qualquer coisa a mais, teria que pagar por isso ao seu dono. Se quisesse uma roupa melhor do que as roubas de trabalho, tinha que trabalhar mais do que o devido para pagar isso ao seu patrão. Se chegasse a ficar doente e precisasse de tratamento ou medicamentos tinha que trabalhar mais para pagar tal dívida ao seu patrão. E existiam também acordos entre o escravo e o seu dono na compra de sua carta de alforria, onde o escravo trabalhava durante muito tempo além da sua carga horária para ganhar a liberdade. Fosse qual fosse o caso de Onésimo, Paulo queria quitar a dívida.

POE ISSO À MINHA CONTA. Era uma grande responsabilidade que Paulo estava assumindo para com Filemom por apenas um escravo. O que o apóstolo estava autorizado é que a conta de Onésimo fosse zerada. Onésimo não devia mais nada a Filemom, tudo passaria para a conta de Paulo. Isso fala da importância que o ex-escravo tinha para o apóstolo. E expressa o valor que passa a ter alguém quando se converte ao reino de Deus. É uma mudança de status do nada para o tudo.

Atos 28.30-31

Atos 28.30-31 - E Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara, e recebia todos quantos vinham vê-lo. Pregando o rein...