sexta-feira, 23 de agosto de 2019

Atos 7:7

Atos 7:7 - E eu julgarei a nação que os tiver escravizado, disse Deus. E depois disto sairão e me servirão neste lugar.
E EU. O pregador Estêvão, está reproduzindo o diálogo entre Deus e o seu amigo Abraão, de quando o Senhor lhe fez promessa de que, seus descendentes herdariam a terra de Canaã. Neste momento, Abraão estava peregrinando na terra da promessa, e se Deus quisesse daria a ele todas aquelas terras, porque do Senhor e a terra e a sua plenitude (Salmos 24:1), Porem, como Deus fez o homem com livre arbítrio, ou livre vontade, então, o Senhor desejou trabalhar a vida de Abraão, bem como dos seus descendentes. Tudo estava transcorrendo dentro da lógica de Deus e não dos homens.

JULGAREI. Esta citação de Estêvão pode ser referendada pelo que Moisés escreveu em Gênesis 15:14 - Mas também eu julgarei a nação, à qual ela tem de servir, e depois sairá com grande riqueza. Este julgamento de Deus sobre a escravizadora diz respeito as dês pragas que o Senhor enviou sobre o Egito, como castigo e repreensão por ter os egípcios maltratado os descendentes de Abraão e por não ter lhes liberado.

A NAÇÃO. Esta nação com certeza foi o Egito para onde Jacó e os seus descendentes tiveram que se mudar para escapar da fome que assolava a terra de Canaã. Mas, essa palavra também poderia ter cumprimento contra a nação da Assíria, da Babilônia, bem como de Roma, que neste momento estava escravizando o Israel de Deus. Todavia, para o tempo em que Deus estava falando com Abraão diz respeito ao Egito.

QUE OS TIVER ESCRAVIZADO. Realmente, o povo de Israel teve que passar por tremendos sofrimentos ao ponto de Deus intervir na história do seu povo, conforme lemos em Êxodo 3:7 - E disse o Senhor: Tenho visto atentamente a aflição do meu povo, que está no Egito, e tenho ouvido o seu clamor por causa dos seus exatores, porque conheci as suas dores. Os egípcios perceberam que os filhos de Israel era uma multidão, que poderia se rebelar contra eles, por isso os massacrava sem compaixão.

DISSE DEUS. Continua Estêvão falando do diálogo entre Deus e seus amigo Abraão, em que neste momento, o Senhor traz uma palavra de esperança para o patriarca. Na época em que Deus falou com Abraão, era uma raridade este tipo de comunicação entre Deus e os homens, até porque, naquela época era raro se encontrar um ser humano que não estivesse envolvido com o politeísmo, idolatria às falsas divindades.

E DEPOIS DISTO SAIRÃO. Esta palavra pode ser lida em Gênesis 15:16 - E a quarta geração tornará para cá; porque a medida da injustiça dos amorreus não está ainda cheia. Mas também em Êxodo 6:8 - Portanto desci para livrá-lo da mão dos egípcios, e para fazê-lo subir daquela terra, a uma terra boa e larga, a uma terra que mana leite e mel; ao lugar do cananeu, e do heteu, e do amorreu, e do perizeu, e do heveu, e do jebuseu. Deus permitiu Israel ir para o Egito, mas Ele mesmo iria libertá-lo de lá.

E ME SERVIRÃO NESTE LUGAR. Provavelmente, esta palavra deve ter alegrado ao patriarca Abraão, uma vez que, o Deus que promete, é o mesmo Deus que tem a capacidade de cumprir sua promessa ou palavra. “Neste Lugar”, em se tratando do momento que Deus falava com Abraão diz respeito à terra de Canaã, terra de fartura.

Atos 7:6

Atos 7:6 - E falou Deus assim: Que a sua descendência seria peregrina em terra alheia, e a sujeitariam à escravidão, e a maltratariam por quatrocentos anos.
E FALOU DEUS ASSIM. Com esta expressão, o pregador diz de forma objetiva aos seus ouvintes, que também eram seus julgadores, que tudo que estava acontecendo com o povo judeu tinha saído da própria boca de Deus, Ele que escreve a história da humanidade, principalmente intervendo na história do seu povo. Todos os fatos narrados por Lucas, e que fez parte da pregação de Estêvão, poderia facilmente ser conferido na história dos hebreus, e essa era uma defesa de Estêvão pela verdade.

QUE A SUA DESCENDÊNCIA. Estêvão estava se referindo a Isaque, o descendente direto do patriarca Abraão, amigo de Deus, que foi o legítimo filho de Abraão com sua esposa Sara. Mas também se refere ao neto de Abraão, e filho de Isaque, que era Jacó, esse patriarca que teve uma participação importante na formação da nação de Israel, de onde veio os doze patriarcas, filhos de Israel, que desceram ao Egito com Jacó.

SERIA PEREGRINA. O próprio Abraão não teve nenhuma propriedade, apesar de ter recebido a promessa de herdar a terra de Canaã, isso, por meio dos seus descendentes. Isaque também não se tornou nenhum dono de uma região de terras, bem como Jacó a mesma coisa. Porem, o pensamento de Estêvão estava voltado para os patriarcas filhos de Jacó, eles que se tornaram peregrinos da terra do Egito.

EM TERRA ALHEIA. A terra de Israel, que era a terra da promessa era Canaã, terra que manava leite e mel, e que pela fé já era dos filhos de Israel, não é sobre esta terra de quem fala o pregador. Essa terra alheia, sobre a qual se reporta o diácono Estêvão diz respeito a terra de uma outra nação, a terra em que José, filho de Jacó se tornou governador, mais que não era dele, nem de seu pai, nem muitos menos dos seus irmãos, mais era uma terra estrangeira, de um povo que nada tinha com Israel.

E A SUJEITARIA A ESCRAVIDÃO. Para que Abraão se tornasse um homem politeísta, adorando somente ao único Deus verdadeiro, Criador de todas as coisas, ele teve que passar por um processo de mudanças. Deus que conhece os seres humanos, também teve que trabalhar com os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó no sentido de purificar para se o seu povo. A escravidão do Egito foi uma escola para Israel.

E A MALTRATARIAM. Enquanto José, filho de Jacó era vivo e governava juntamente com os reis do Egito, os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó viviam em aparente paz e tranquilidade, mas depois que José morreu, subiram ao trono outros reis, que eram chamados de Faraós, que não conheceram a José, então, a partir de então, os filhos de Israel começaram a sofrer muito em terra estranha, na casa da servidão.

POR QUATROCENTOS ANOS. Não se sabe como que Estêvão se utilizou desta matemática cronológica em seu argumento, quando falou em quatrocentos anos, talvez ele tenha simplesmente arredondado os números, ou pensado em datas diferentes para fazer sua computação. Em outras partes das escrituras fala de quatrocentos e trinta anos, como em Gênesis 12:40 - O tempo que os filhos de Israel habitaram no Egito foi de quatrocentos e trinta anos. Não há erro nestes números.

Atos 7:5

Atos 7:5 - E não lhe deu nela herança, nem ainda o espaço de um pé; mas prometeu que lhe daria a posse dela, e depois dele, à sua descendência, não tendo ele ainda filho.
E NÃO LHE DEU NELA HERANÇA. Até o versículo anterior, Estêvão fez uma pequena introdução do seu sermão, sobre a importante chamada de Deus para a vida de Abraão, ele que era para os hebreus uma das mais importantes personagens daquela nação. A partir de agora, o pregador começa a criar o corpo principal de sua mensagem, o que chamamos de desenvolvimento da pregação. Essa longa pregação de Estêvão tinha como objetivo, no final, apresentar o Senhor Jesus como conclusão.

NEM AINDA ESPAÇO DE UM PÉ. Deus estava lapidando o seu amigo Abrão para fazer dele um verdadeiro adorador. Tirou Abraão de Ur dos Caldeus, e o trouxe para Harã, em Harã, tirou seu pai, que era o chefe da família, e depois transportou Abraão para a terra de Canaã. Já na terra da promessa, Deus manteve Abraão como peregrino, para que o patriarca aprendesse a depender completamente do Deus das provisões.

MAS PROMETEU. Em Canaã, Deus fez várias promessas ao patriarca Abraão, ensinando a ele a confiar inteiramente do seu Deus, como o Deus da fidelidade, o Deus que promete, mais que tem a capacidade de cumprir sua palavra. A história subsequente mostra que, todas quantas promessas Deus fez ao seu amigo Abraão, no seu tempo, Ele cumpriu. Existe o tempo de Deus fazer a promessa e o de cumpri-la.

QUE LHE DARIA A POSSE DELA. Neste momento, na vida de Abraão, Deus estava trabalhando a sua fé, porque a fé é o seguinte: Hebreus 11:1 - Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem. Com isso, entendemos que Abraão tomou posse da promessa pela fé, mesmo ainda não vendo o cumprimento dela, por isso que ele é classificado como o nosso pai na fé.

DEPOIS DELE. A fé não é pelo que se vê, mas ela é o fundamento das coisas que se espera, não vemos como os nossos olhos a nova Jerusalém celestial, onde nós iremos morar na eternidade com Cristo, mas já tomamos posse dele pela nossa fé na promessa de Cristo. Abraão, mesmo não tendo um palmo de terra em Canaã, mas foi fortalecido na fé, tendo a convicção de que, Deus era fiel para cumprir suas promessas.

À SUA DESCENDÊNCIA. Abraão se tornou um homem riquíssimo, porem, Deus não permitiu que ele se tornasse um latifundiário na terra da promessa, porque no futuro, Deus queria dar de graça toda aquela Terra de Canaã para os descendentes do seu amigo Abraão. Os planos de Deus não se entendem pela lógica humana, mas no final das contas, aprendemos que os seus desígnios são todos fieis, porque se cumprem.

NÃO TENDO ELE AINDA FILHO. Mas, como que Deus iria dar toda a terra de Canaã aos descendentes de Abraão, se o patriarca ainda não tinha um filho legítimo, com sua esposa Sara, que por sinal era estéril? Quem conhece a linda história de Abraão sabe de como Deus fez um grande milagre, um feito sobrenatural para dar um filho a Abraão de sua legítima esposa Sara. Como também descobrimos que a existência da nação de Israel, foi um milagre da parte de Deus, em cumprimento de sua promessa.

Atos 7:3-4

Atos 7:3-4 - E disse-lhe: Sai da tua terra e dentre a tua parentela, e dirige-te à terra que eu te mostrar. Então saiu da terra dos caldeus, e habitou em Harã. E dali, depois que seu pai faleceu, Deus o trouxe para esta terra em que habitais agora.
E DISSE-LHE: SAI DA TUA TERRA E DENTRE A TUA PARENTELA. Essa passagem do Velho Testamento está registrada em Gênesis 12:1 - Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. O que Estêvão pretendia mostrar com esta palavra era que Deus tinha para o seu Amigo Abraão uma nova vida, porque as coisas velhas já eram coisas do passado. Agora, Deus por meio de Cristo queria uma nova dispensação para seu povo.

E DIRIGE-TE A TERRA QUE EU TE MOSTRAR. Não há dúvida que Deus estava mostrando a Abrão que havia para ele novos horizontes, bem como novas promessas. Da mesma forma, Estêvão estava tentando explicar para seus ouvintes que, Por meio de Cristo Jesus, Deus estava encaminhando seu povo para novas promessas, em que a nova dispensação da graça estava de acordo com o plano de Deus, com coisas maiores.

ENTÃO SAIU DA TERRA DOS CALDEUS. Já esta citação de Estêvão, está um pouco antes, na organização do livro de Gênesis, porem, ele estava com a razão, porque a tradição oral deste evento fala o que ele diz aqui. Gênesis 11:31 - E tomou Terá a Abrão seu filho, e a Ló, filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã; e vieram até Harã, e habitaram ali. Certamente Estêvão não estava com o livro em suas mãos.

E HABITOU EM HARÃ. Antes de chegar em Harã, Abraão morava juntamente com seus pais e parentela no outro extremo da Mesopotâmia, que era em Ur dos Caldeus, que conforme os historiadores ficava distante de Harã mais de trinta quilômetros. Em Ur dos Caldeus, Abraão juntamente com seus familiares viviam em meio ao politeísmo desenfreado, já em Harã era uma outra cultura, como escola para o patriarca Abraão.

E DALI, DEPOIS QUE SEU PAI FALECEU. Este fato está registrado em Gênesis 11:32 - E foram os dias de Terá duzentos e cinco anos, e morreu Terá em Harã. Deus estava tratando com Abraão e lhe preparando para ser seu amigo. Primeiro tirou Abraão do meio da idolatria de Ur dos Caldeus. Com a morte do seu pai, agora, Abraão estava livre para adorar somente ao Deus único e verdadeiro, estabelecendo o monoteísmo.

DEUS O TROUXE PARA ESTA TERRA. Gênesis 12:4 - Assim partiu Abrão como o senhor lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos quando saiu de Harã. E tomou Abrão a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e todos os bens que haviam adquirido, e as almas que lhe acresceram em Harã; e saíram para irem à terra de Canaã; e chegaram à terra de Canaã. Esse era o plano de Deus para ele.

EM QUE HABITAIS AGORA. Estêvão encurta a história, que seria muito longa, para dizer aos membros do conselho que, a terra de Israel era o cumprimento da promessa de Deus e que o Senhor foi fiel em cumprir sua palavra dada a seu Amigo Abraão. Com isso, o diácono e pregador estava tentando convencer aos seus julgadores que, quem manda na terra é o mesmo Deus que trabalhou por Abraão e por todo o seu povo.

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

Atos 7:1-2

Atos 7:1-2 - E disse o sumo sacerdote: Porventura é isto assim? E ele disse: Homens, irmãos, e pais, ouvi. O Deus da glória apareceu a nosso pai Abraão, estando na Mesopotâmia, antes de habitar em Harã.
E DISSE O SUMO SACERDOTE. Sem interrupção, o capítulo de número sete do livro de Atos dá continuidade ao mesmo tema que vinha desenvolvendo no capítulo anterior sobre o martírio de Estêvão, um dos mais destacados diáconos da igreja primitiva. É bem provável que este sumo sacerdote seja Caifás, mas sem destacar a possibilidade de ser o seu sogro Anás, porque neste tempo se fala que haviam dois sumos sacerdotes. No caso do Sinédrio, na Corte Suprema, o sumo sacerdote era presidente.

PORVENTURA É ISSO ASSIM? A admiração do sumo sacerdote diz respeito ao que fala o texto de Atos 6:15 - Então todos os que estavam assentados no conselho, fixando os olhos nele, viram o seu rosto como o rosto de um anjo. Vendo aquela cena sobrenatural, o presidente do conselho de boca aberta perguntou aos demais membros do Sinédrio se o rosto daquele homem tinha de forma normal aquele brilho.

E ELE DISSE: HOMENS, IRMÃOS, E PAIS, OUVI. Não temos no texto a resposta que foi dada ao sumo sacerdote, mais sim, o começo do sermão forte e poderoso de Estêvão, que não perdeu tempo, porem, de imediato começou a pregar a palavra de Deus para os seus julgadores. Estêvão cheio do Espírito Santo tratou de forma respeitosa a todos os membros do conselho, solicitando deles todos, a mais que preciosa atenção.

O DEUS DA GLÓRIA. Essa colocação doxológica da parte do pregador é uma demonstração de que efetivamente ele estava cheio do Espírito Santo de Deus, uma vez que, é justamente isso que nos ensinam as Sagradas Escrituras. Essa glória a qual Estêvão associa ao Deus Todo-poderoso era a mesma glória que estava sobre o seu rosto, e que talvez nem mesmo o próprio Estêvão estivesse vendo sobre sua face, como aconteceu com Moisés, quando ele desceu do monte, os outros viram ele não.

APARECEU A NOSSO PAI ABRAÃO. Uma coisa importante já no começo do sermão de Estêvão, é que ele começa sua pregação falando das Escrituras dos hebreus, até para dar mais autoridade as suas palavras. Gênesis 12:1 - Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. De acordo com o primeiro livro da bíblia, essa é a conversa de Deus com o amigo Abraão.

ESTANDO NA MESOPOTÂMIA. Havia uma tradição oral na cultura dos hebreus de que Deus quando falou com Abraão, ele ainda estava com seus familiares na terra de Ur dos Caldeus, o que Lucas chama aqui de Mesopotâmia. Porque Mesopotâmia? Porque tanto a cidade de Ur dos caldeus, quanto Harã, estavam na mesma grande região da Mesopotâmia, que era uma região entre os rios Tigre, Eufrates e Orontes.

ANTES DE HABITAR EM HARÃ. O que aconteceu neste meio termo com a mudança de Abraão, foi de uma cidade para outra e não de uma região para outra, porque ele permaneceu na mesma região da Mesopotâmia. Ur era a cidade onde certamente nasceu o pai de Abrão Terá, mas que teve que sair e se estabelecer em Harã. Não se sabe quanto tempo Abraão ficou habitando em Harã, de onde partiu para Canaã.

Atos 6:15

Atos 6:15 – Então, todos os que estavam assentados no conselho, fixando os olhos nele, viram o seu rosto como o rosto de um anjo.
ENTÃO, TODOS. Percebe-se que todos aqueles que não tinham seus corações voltados para a vontade de Deus, comungavam de comum acordo em se levantarem contra o reino de Cristo, bem como contra todos aqueles que defendessem a nova dispensação da graça de Deus por meio de Cristo Jesus. O diabo com os seus demônios, representando o império do mal e das trevas, juntavam todas as suas forças para influenciarem os seres humanos maus, para investirem contra o reino de Cristo Jesus.

OS QUE ESTAVAM ASSENTADOS. Era como se tudo já estivesse preparado pelos homens possessos pelos demônios, em que de um lado, o diabo usava os líderes da seita dos libertinos para prenderem a Estêvão, o humilhando publicamente pelas ruas de Jerusalém. E que do outro lado, as autoridades dos judeus se preparavam para praticarem mais uma injustiça contra um homem que não fez nada de errado.

NO CONSELHO. Este conselho era composto pela cúpula ou elite religiosa, política e social dos hebreus, o que também pode ser chamado de Sinédrio, como Tribunal de Justiça dos judeus. Não se sabe em quanto e quanto tempo este conselho se reunia para deliberarem sobre as questões de julgamentos em Jerusalém. Mas, sempre que necessário, o presidente, que era o sumo sacerdote, fazia convocações extraordinárias.

FIXANDO OS OLHOS. Trouxeram então, mais um caso de ordem social e religiosa para que os membros do Sinédrio julgassem. Estêvão nem merecia estar como réu diante do conselho, porque não estava fazendo nada de errado. Porem, as autoridades do conselho estavam todos observando o que Estêvão tinha a dizer em sua defesa, mas, algo diferente estava sendo visto pelos membros do Sinédrio naquele homem simples.

NELE. Geralmente, os réus se apresentavam com um semblante triste, porque depois de serem ouvidos, sabiam que uma decisão teria que ser tomada pelos membros do Sinédrio, que na maioria dos casos, eram decisões negativas de condenação. Todavia, o aspecto do semblante de Estêvão não estava abatido nem tristonho, porque havia algo diferente em seu rosto, que chamava a atenção dos seus algozes julgadores. Aquele não era um réu comum, mais ali estava um homem de Deus, servo de Cristo.

VIRAM SEU ROSTO. O que estava acontecendo com o rosto de Estêvão, é bem provável de que fosse semelhante ao rosto de Moisés, como está escrito em Êxodo 34:30 - Olhando, pois, Arão e todos os filhos de Israel para Moisés, eis que a pele do seu rosto resplandecia; por isso temeram chegar-se a ele. A glória de Deus baixou sobre a vida de Estêvão, ao ponto de até mesmo os incrédulos perceberem isto nele.

COMO ROSTO DE UM ANJO. Os anjos de Deus são seres espirituais poderosos, e não carnais, que estão diretamente ligados ao trono de Deus, mais que também estão a serviço dos que hão de herdarem a salvação (Hebreus 1:14). Não há dúvida que ver um anjo não é a mesma coisa de contemplar um ser humano, até porque os anjos de Deus são iluminados pela glória do Senhor, enquanto que os filhos dos homens estão em estado inferior, por conta do pecado. Mas Estêvão estava parecendo com um anjo.

Atos 6:14

Atos 6:14 - Porque nós lhe ouvimos dizer que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu.
PORQUE NÓS LHE OUVIMOS DIZER. As falsas testemunhas que se levantaram contra Estêvão não estavam falando a verdade, porque foram pagos para levantarem falsos testemunhos contra o homem de Deus. O que Estêvão pregava era aquilo que estava de conformidade com os planos de Deus, no que concerne à nova dispensação, bem como o que Jesus havia falado sobre Jerusalém e o próprio templo religioso dos judeus. Eles ouviram uma coisa, mais entenderam outra, ou distorceram a mensagem.

QUE ESSE JESUS. O que os inimigos do reino de Deus não queriam aceitar era de que “esse Jesus” tinha poder para fazer acontecer tudo que Ele, como profeta de Deus, (Deuteronômio 18:15,18) tinha profetizado. O que Estêvão também pregava era de que o povo, os líderes religiosos dos judeus e os líderes políticos de Roma tinham matado a Jesus de Nazaré de forma injusta, e que todos eles iriam pagar por tudo isso.

NAZARENO. Na realidade, Jesus Cristo, nasceu em Belém da Judeia, porque era da tribo de Judá, para que se cumprisse a profecia: Mateus 2:6 - E tu, Belém, terra de Judá, De modo nenhum és a menor entre as capitais de Judá; Porque de ti sairá o Guia Que há de apascentar o meu povo de Israel. Mas Jesus viveu grande parte de sua vida na vila ou aldeia de Nazaré, que nem cidade era, porem, um povoado simples.

HÁ DE DESTRUIR. Talvez Estêvão pregasse sobre o que Jesus falou e está registrado em Mateus 24:1-2 - E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo. Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada. Não era o desejo de Jesus que isto viesse a acontecer, mas era a colheita que os filhos de Israel estavam buscando, por tudo que vinha antes plantando.

ESTE LUGAR. No versículo anterior já comentamos que este “lugar” sobre o qual se reporta o texto, pode ser o próprio templo de Jesus, e isso conforme a profecia de (Mateus 24:1-2). Mas também pode ser que os inimigos de Estêvão estejam se referindo a própria cidade de Jerusalém, que mais tarde, foi destruída, juntamente com o templo no ano setenta de nossa era cristã, como vingança do império de Roma.

E MUDAR OS COSTUMES. Os acusadores de Estêvão se referiam a mudança do tradicional judaísmo para o cristianismo. No que diz respeito a essa mudança, o Senhor Jesus veio para cumprir em nosso lugar toda a lei de Moisés. Os apóstolos viveram o momento de transição entre o judaísmo e o verdadeiro cristianismo, por isso que são considerados nas cartas de Paulo como cristãos legalistas da igreja mãe de Jerusalém.

QUE MOISÉS NOS DEU. Mas o cristianismo autêntico só alcançou seu ponto amais verdadeiro, nos campos transculturais dos gentios, conquistados por Paulo e seus amigos de ministério. Depois da morte de Cristo, como sendo o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, entrou em vigor uma nova aliança ou Novo Testamento com a legislação de Cristo Jesus. Com a destruição de Jerusalém nos anos setenta, o judaísmo entrou em declínio, vindo, portanto, a prevalecer o cristianismo verdadeiro.

Atos 28.30-31

Atos 28.30-31 - E Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara, e recebia todos quantos vinham vê-lo. Pregando o rein...