Romanos 10:1-2

Romanos 10:1-2 - Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação. Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento.

IRMÃOS, O BOM DESEJO DO MEU CORAÇÃO. Esta carta tinha endereço certo, que era efetivamente os que faziam parte da igreja de Cristo na cidade de Roma, sejam eles judeus convertidos ao cristianismo ou gentios que foram alcançados pelo evangelho das boas novas e viviam para o reino de Cristo. O escritor expressa seus desejos mais fortes quanto aos hebreus, ele que também era um israelita, que deixou o judaísmo, mas que tinha maior consideração pelos seus conterrâneos, os judeus.

E A ORAÇÃO A DEUS. Cristo Jesus, concentrou todas as suas atividades em Israel, e foi até as últimas consequências para salvar o povo hebreu, porque morreu por eles na cruz do Calvário. Compreendendo o amor que Cristo tinha pelo seu povo é que Paulo orava a Deus, sem desistir, na esperança que os judeus compreendessem que ainda havia possibilidade deles se converterem dos seus maus caminhos para o evangelho.

POR ISRAEL. Apesar de tudo que houve que o povo judeu, antes da vida do Cristo de Deus, bem como pelo fato de terem rejeitado o seu Messias, mas os hebreus sempre foram o povo muito querido por Deus. Desde Abraão, Isaque e Jacó, que as melhores promessas do Criador foram feitas aos filhos de Israel, porque o coração do Criador sempre esteve voltado para os descendentes de Abraão, o Senhor sempre os amou.

É PARA SUA SALVAÇÃO. A igreja de Cristo teve seu começo com judeus crendo que Jesus de Nazaré era o Messias prometido por Deus. E as principais lideranças do cristianismo do primeiro século de nossa era cristã eram israelitas, tais como os apóstolos de Jerusalém, bem como o grande apóstolo dos gentios, Paulo. De forma que, a salvação veio para os hebreus, e por graça de Deus chegou também aos gentios.

PORQUE LHES DOU TESTEMUNHO. Antes de se converter ao verdadeiro cristianismo, Saulo de Tarso pertencia a mais alta corte dos judeus, que era o Sinédrio, uma vez que ele era fariseu, e estava a serviço do judaísmo. Depois que teve um encontra transformador com Cristo, voltou a Jerusalém, e certamente desejava fazer um trabalho entre os judeus, mas foi separado para o evangelho da incircuncisão.

DE QUE TEM ZELO DE DEUS. Ninguém mais do que Paulo tinha autoridade em falar desta forma, porque o apóstolo dos gentios sofreu na pele, mais do que qualquer outro dos apóstolos, as perseguições dos judeus. Os judeus demonstravam tal zelo por Deus ao defenderem com unhas e dentes o judaísmo, por isso que eles perseguiram a Jesus, aos seus apóstolos de e principalmente ao apóstolo Paulo.

MAS NÃO COM ENTENDIMENTO. Foi na verdade um ato de insensatez tremenda o fato dos judeus terem rejeitado ao seu Messias, Jesus de Nazaré. Em nome de uma religião, que conforme a vontade de Deus já estava ultrapassada, o judaísmo, foi que eles, os judeus deram as costas para o plano de Deus, ao perseguirem, condenando e matando o Filho de Deus. Além de perseguirem os líderes do cristianismo já fundado por Cristo. Com os judeus se aprende que o fanatismo religioso só trás prejuízo.

Romanos 9:33

Romanos 9:33 - Como está escrito: Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, e uma rocha de escândalo; E todo aquele que crer nela não será confundido.

COMO ESTÁ ESCRITO. É recorrente nos escritos de Paulo esta colocação, como indicativo de que ele vai em seguida fazer uma citação da literatura religiosa dos judeus, principalmente quando ele tem como alvo os seus conterrâneos. Não resta dúvida de que os hebreus na cidade de Roma tomariam conhecimento da maior parte do conteúdo desta carta, por isso que o autor recorre muitas vezes aos escritos religiosos dos israelitas. Esta era uma forma do escritor dar autoridade a sua carta.

EIS QUE EU PONHO. Paulo continua citando o profeta Isaías em que ele alerta aos hebreus sobre a vinda do Messias, bem como prevê neste caso a rejeição do Salvador. Isaías 8:14 - Então ele vos será por santuário; mas servirá de pedra de tropeço, e rocha de escândalo, às duas casas de Israel; por armadilha e laço aos moradores de Jerusalém. Portanto, isso já era previsível sobre a rejeição ao Messias.

EM SIÃO. Essa era uma colocação para indicar a nação de Israel, sendo que em alguns casos bíblicos se refere somente a cidade de Jerusalém como capital daquela nação. Verdade é que o Messias de Deus exerceu seu ministério em todo o país de Israel, mas foi na cidade de Jerusalém que ele foi condenado pelas principais autoridades dos judeus, isso tanto, no que diz respeito a religião, quanto ao Estado.

UMA PEDRA DE TROPEÇO. Isaías 8:15 - E muitos entre eles tropeçarão, e cairão, e serão quebrantados, e enlaçados, e presos. Esse era um provérbio utilizado pelos líderes do cristianismo para alertar aos judeus sobre o que eles fizeram com o seu Messias, quando na realidade conheciam todas as profecias que falavam a respeito da chegada do Emanuel. Quando os judeus rejeitaram a Cristo tiveram muitos prejuízos. A nação de Israel já pagou um alto preço por ter negado que Jesus era o seu Messias.

E UMA ROCHA DE ESCÂNDALO. Isaías 28:16 - Portanto assim diz o Senhor Deus: Eis que eu assentei em Sião uma pedra, uma pedra já provada, pedra preciosa de esquina, que está bem firme e fundada; aquele que crer não se apresse. Cristo Jesus deu todas as provas irrefutáveis de que era na verdade o Messias de Deus, porem, em vez de os judeus crerem nele, o rejeitaram, prendendo e o condenando injustamente.

E TODO AQUELE QUE CRER NELA. Pedro identifica esta Pedra como sendo o Senhor Jesus Cristo 1 Pedro 2:6-7 - Por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; E quem nela crer não será confundido. E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, A pedra que os edificadores reprovaram, Essa foi a principal da esquina.

NÃO SERÁ CONFUNDIDO. Estes representam todos àqueles que dos judeus ou dos gentios creram que o simples Jesus de Nazaré era na verdade o Messias prometido por Deus. Os eleitos de Deus, os escolhidos de Cristo e todos os remidos do Senhor não serão confundidos porque atenderam ao chamado do Deus Todo-poderoso para uma nova aliança da graça, em que os salvos não se justificam por justiça própria, como tentavam se justificarem os seguidores do judaísmo, mas pela justiça de Cristo Jesus.

Romanos 9:31-32

Romanos 9:31-32 - Mas Israel, que buscava a lei da justiça, não chegou à lei da justiça. Por quê? Porque não foi pela fé, mas como que pelas obras da lei; tropeçaram na pedra de tropeço.

MAS ISRAEL. O que Paulo passa a declarar nestes dois versículos deve ter causado espanto aos seus leitores judeus, eles que achavam que estavam corretos, no que diz respeito a viverem de acordo com o judaísmo milenar. Os hebreus receberam da parte de Deus uma oportunidade de serem ricamente abençoados por Deus, porque a legislação de Moisés era, para a época, uma das melhores leis que existia no mundo antigo, até porque foi revelada pelo Deus que é a própria sabedoria em essência.

QUE BUSCAVA. E todos aqueles que entraram na terra prometida, Canaã, começaram até bem, na obediência aos mandamentos da lei, no entanto, não demorou muito para que o sentimento de rebelião predominasse entre os judeus. Com o passar do tempo, o judaísmo passou a ser uma religião artificial, em que os israelitas faziam de conta que amavam a lei de Moisés, porem, não lhe obedecia em nada.

A LEI DA JUSTIÇA. O apóstolo fala da justiça da lei, que é a mesma coisa. Na realidade a lei foi promulgada para preparar Israel para um novo tempo, em que no futuro Deus enviaria o seu Messias prometido. Como a hipocrisia religiosa passou a ser o âmago da vida nacional dos judeus, aparentemente estavam fazendo o que a lei mandava, porem, não diante dos olhos de Deus, porque o zelo deles pela lei, não existia mais.

NÃO CHEGOU A LEI DA JUSTIÇA. Os próprios cativeiros, assírio, babilônico e o domínio dos romanos sobre os judeus serviram de comprovação de que os filhos de Israel estavam completamente fora dos planos de Deus, quanto à lei de Moisés, que era boa, com grandes promessas de prosperidade, mas que os seguidores do judaísmo se desviaram dela. Ninguém tinha condições de cumpria às exigências da lei de Moisés.

POR QUE? PORQUE NÃO FOI PELA FÉ. De fato, os seguidores do judaísmo procuravam estabelecer a justiça própria, na tentativa de cumprirem as exigências da lei, e com isso barganharem com Deus. Israel tinha o exemplo de Abraão, que viveu muito antes da promulgação da lei, e os próprios escritos de Moisés ensinavam de que o patriarca foi justificado pela fé em Deus, e não pela justiça própria, ou pela justiça de uma lei.

MAS COMO QUE PELAS OBRAS DA LEI. Pelo que o Novo Testamento deixa bem claro, a lei de Moisés era transitória, até que viesse o tempo da nova aliança da graça de Deus, o que já era previsível. De forma que, com a aproximação do movo tempo da graça, os mandamentos da legislação de Moisés foram se tornando impraticáveis, para que se cumprisse o que as profecias messiânicas previam sobre o novo pacto.

TROPEÇARAM NA PEDRA DE TROPEÇO. João 1:11 – Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. O tropeço do qual fala o apóstolo dos gentios foi justamente o fato de que os judeus rejeitaram ao Messias de Deus. Eles estavam tão cegos, ao ponto de o Emanuel estar entre eles, e eles não perceberem que Jesus era o Cristo prometido. Qualquer que procura estabelecer a justiça própria em detrimento da fé genuína em Cristo e em sua obra de redenção, termina por negar o Filho de Deus, Jesus Cristo.

Romanos 9:30

Romanos 9:30 - Que diremos pois? Que os gentios, que não buscavam a justiça, alcançaram a justiça? Sim, mas a justiça que é pela fé.

QUE DIREMOS POIS. Chegando já bem próximo do final deste capítulo, o escritor não poderia deixar de falar de um novo tempo, em que Deus trabalha pela humanidade diferente do que tratou com os judeus por meio da legislação de Moisés. Mas que também beneficiaria diretamente o remanescente dos hebreus, aqueles que por fé recebessem o Messias em seus corações. Porem, os maiores favorecidos neste novo pacto estabelecido por Deus, por meio do seu Cristo, seria todos os povos do mundo.

QUE OS GENTIOS. Estes coitados gentios, de quem tanto fala Paulo em seus escritos eram todos os demais povos do mundo, que não teriam nenhuma ligação familiar com os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó. Outra forma de chamar uma pessoa de gentio era justamente por tal pessoa não seguir o tradicional judaísmo, religião oficial dos que guardavam todos os mandamentos, estatutos e juízos da lei de Moisés.

QUE NÃO BUSCAVAM. Como os judeus monopolizavam o judaísmo, e por meio da circuncisão faziam a separação de um verdadeiro israelita dos demais homens pagãos, então, as demais nações do mundo nem se interessavam em buscar a Deus, porque os próprios judeus diziam que somente os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó poderiam adora e servir ao verdadeiro Deus. Era assim que as coisas funcionavam.

A JUSTIÇA. No caso do tempo da lei, ou seja, no período da velha dispensação, falar em justiça para um judeu, era a mesma coisa que falar em ser circuncidado e guardar todas as exigências de lei de Moisés. Como os gentios não conheciam nem guardavam as ordenanças da lei, portanto, não eram em hipótese alguma praticantes da justiça da lei. Se chamado de um gentio por um judeu era a mesma coisa que ser classificado de pagão, ou seja, alguém que vivia fora da vontade de Deus, por não guardar a lei.

ALCANÇARAM A JUSTIÇA? Não por méritos pessoas ou por serem dignos da bondade de Deus, mas porque estava em operação um novo modo de Deus tratar com os filhos dos homens. Como que os gentios alcançaram essa justiça? Tudo provem de Deus que reconciliou consigo mesmo o homem, isso por meio da obra perfeita de justiça praticada por Cristo Jesus, o Filho de Deus, portanto, a justiça que vem de Cristo.

SIM, MAS A JUSTIÇA. Nem judeu nem gentio se encontravam em condição favorável de se aproximarem do Juiz dos vivos e dos mortos. Mais veio Cristo, com um perfeito ato de justiça, e derribou a parede de separação que estava entre os pecadores e o Deus de amor, provendo assim o caminho de retorno do homem para o Deus de misericórdia, quando o Cordeiro de Deus fez a propiciação pelos pecados dos remidos.

QUE É PELA FÉ. No tempo da lei de Moisés, para que os filhos de Israel alcançassem as bênçãos prometidas na legislação de Moisés tinham que com grande esforço guardarem todos os mandamentos da lei. Agora, no tempo favorável da nova dispensação da graça de Deus, o homem entra apenas com a sua fé em Cristo Jesus e passa a ser gratuitamente justificado diante da justiça de Deus, por isso que é dito que a salvação é pela fé, sem as obras da lei, para que a justiça seja a de Cristo e não nossa.

Romanos 9:29

Romanos 9:29 - E como antes disse Isaías: Se o Senhor dos Exércitos nos não deixara descendência, Teríamos nos tornado como Sodoma, e teríamos sido feitos como Gomorra.

E COMO ANTES DISSE ISAÍAS. Este versículo nos remete ao que está escrito em Isaías 1:9-10 - Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado algum remanescente, já como Sodoma seríamos, e semelhantes à Gomorra. Ouvi a palavra do Senhor, vós poderosos de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, ó povo de Gomorra. Nota-se que os filhos de Israel estavam sendo comparados aos moradores destas duas cidades depravadas, porque o estado de rebelião dos judeus era literalmente extremo.

SE O SENHOR DOS EXÉRCITOS. Este sempre foi um dos títulos de que os hebreus se utilizavam para se referir ao Deus dos céus, como sendo o dominador de todas as coisas, por isso que ele é chamado de Senhor. Este exército sobre o qual fala o profeta diz respeito aos anjos, arcanjos e serafins, que são as miríades celestiais de Deus, eles que cumprem ardem do reino de Deus e estão a serviço dos eleitos de Deus.

NÃO NOS DEIXARA DESCENDÊNCIA. Apesar do duro castigo a que os judeus foram submetidos, isso por conta da sua desobediência, porem, o profeta percebe que mesmo assim Deus ainda usou de misericórdia para com o seu povo. Um remanescente foi que escapou, como aconteceu na peregrinação do deserto, bem como o número pequeno dos que reconheceram que Jesus de Nazaré era o Messias.

TERÍAMOS NOS TORNADO. O profeta também teve uma visão futurística da desolação e destruição que aconteceria não somente com a cidade de Jerusalém, mas também com o país de Israel. Os dois cativeiros ao se completarem, deixou aquela nação um deserto de gente, em que os inimigos de Israel acabaram com tudo de valioso que os judeus haviam construído durante séculos na terra de Canaã, que já não era a mesma.

COMO SODOMA. Ao que tudo indica, esta era uma das cinco cidades-estados que ficavam no vale do Sidim. As demais cidades desta região, que na atualidade compreende como sendo o local do Mar Morto na Palestina, eram elas: Gomorra, Zebolim, Zoar e Admá. Sodoma foi completamente destruída pelo fogo e enxofre caídos do céu, como retribuição dos pecados que dominavam os seus habitantes.

E TERÍAMOS SIDO FEITOS. Biblicamente falando, Sodoma e Gomorra são utilizadas como metáforas para descrever o estado máximo de rebelião que um povo pode chegar, bem como a demonstração do castigo vindo do alto, como aviso de que com Deus não se brinca. A comparação que o profeta faz de Israel com Sodoma e Gomorra, representava o pior momento de apostasia de um povo que deveria ser fiel a Deus.

COMO GOMORRA. Conforme a maioria dos comentaristas descrevem, das cindo cidades daquela região, Gomorra seria a segunda mais importante, como também a segundo maior delas. Essa metáfora utilizada por Isaías, e mostrada como exemplo por Paulo falava da situação a que chegou o país de Israel antes da vinda do Messias, mas também apontava para seu futuro desastroso, por terem os judeus rejeitado o seu Cristo. A história comprova isso, em que Israel só veio a ser uma ação a pouco tempo.

Romanos 9:27-28

Romanos 9:27-28 - Também Isaías clama acerca de Israel: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo. Porque ele completará a obra e abreviá-la-á em justiça; porque o Senhor fará breve a obra sobre a terra.

TAMBÉM ISAÍAS CLAMA ACERCA DE ISRAEL. Paulo faz uso do trecho de Isaías 10:22 - Porque ainda que o teu povo, ó Israel, seja como a areia do mar, só um remanescente dele se converterá; uma destruição está determinada, transbordando em justiça. Portanto, esta mensagem tinha endereço certo, que eram os judeus, convertidos ou não ao cristianismo, que frequentavam as reuniões cristãs na capital do império romano. Como também fica explicito que era uma palavra de juízo.

AINDA QUE O NÚMERO DOS FILHOS DE ISRAEL. Esta colocação feita pelo escritor se reporta aos descendentes de Abraão, Isaque e Jacó, eles que como nação, foram introduzidos na terra de Canaã, em cumprimento as promessas feitas de Deus aos patriarcas, mas que no memento em que falava o profeta Isaías, se encontravam em estado de alerta, quanto aos cativeiros assírio e babilônico, que já era realidade.

SEJA COMO A AREIA DO MAR. Pelo que nos faz saber a história dos hebreus, o cativeiro assírio já era realidade no tempo de Isaías, em que as duas tribos do sul já não estavam mais na Palestina, principalmente as autoridades de Israel. Já as dez tribos do norte ainda não havia sido transportada para Babilônia. Juntando-se o número dos filhos de Israel todos, era grande a população de judeus naquele tempo.

O REMANESCENTE É QUE SERÁ SALVO. Porem, como Paulo diz em outra parte dos seus escritos, nem todo filho de Israel é um verdadeiro israelita. Na vinda do Messias teve cumprimento esta profecia vaticinada por Isaías, e a prova disto é que poucos dos judeus creram que Jesus de Nazaré era o Emanuel de Deus. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam (João 1:11), isso já era profetizado por Deus bem antes.

PORQUE ELE COMPLETARÁ A OBRA. O profeta apontava em direção a vinda do Messias de Deus, bem como da implantação de uma nova dispensação, com a rejeição de Israel e a abertura da porta da graça para os gentios. O que Deus estava para fazer por meio do seu Filho foi o melhor que poderia acontecer com a humanidade, porque a obra de redenção e reconciliação salvou o mundo da destruição merecida.

E ABREVIÁ-LA-A EM JUSTIÇA. A medida da tolerância de Deus estava cheia quanto a suportar as iniquidades do povo de Israel, em uma linguagem bem humana diríamos que Deus não suportava mais aquela situação. Por outro lado, o Criador queria mesmo manifestar a sua misericórdia e graça para com toda a humanidade, enviando o seu Messias para resolver o problema da inimizade pela propiciação e reconciliação.

PORQUE O SENHOR FARÁ BREVE A OBRA SOBRE A TERRA. O profeta Isaías foi na realidade um dos atalaias de Deus mais usado em profecias messiânicas, em que Deus lhe revelava a aproximação de um novo tempo de paz com os filhos dos homens. O que Deus estava prevendo por meio desta profecia, era algo maior e melhor do que o pacto da lei, e Paulo como judeu que era, já desfrutava dos seus benefícios práticos.

Romanos 9:26

Romanos 9:26 - E sucederá que no lugar em que lhes foi dito: Vós não sois meu povo; Aí serão chamados filhos do Deus vivo.

E SUCEDEU QUE. O escritor continua falando ainda dentro do livro profético de Oséias, fazendo uma interpretação no que está registrado em (Oséias 1:9-10), quando o Senhor falava a respeito de Israel, mas que agora se cumpria na igreja de Cristo, que era o novo Israel. O uso por parte de Paulo de textos do Velho Testamento era estratégico para dar autoridade aos seus escritos, principalmente quando seus leitores eram judeus, eles que davam realmente crédito as suas literaturas de cunho religioso.

NO LUGAR. O apóstolo efetivamente reconhece que esta profecia, que para a época em que Oséias escreveu era uma mensagem escatológica escrita para os judeus, mas em lugar de se cumprir na vida nacional de Israel como nação, estava se cumprindo na vida da igreja de Cristo, composta de hebreus e gentios. Essa tese defendida por Paulo era motivo de guerra dos judeus contra ele e contra as lideranças do cristianismo.

EM QUE LHES FOI DITO. Esta colocação feita pelo apóstolo dos gentios era a mesma coisa que a recorrente frase: Como está escrito, que foi muito usada por Paulo, bem como por outros escritores do Novo Testamento. Na realidade, a nova dispensação teve o total apoio da velha dispensação, e como dizem alguns comentaristas, a nova aliança da graça de Deus para a igreja de Cristo deu continuidade a antiga aliança.

VÓS NÃO SOIS. Em se tratando do tempo em que o profeta Oséias proferiu e escreveu tais profecias, no que se refere aos judeus, à colocação do profeta estava correta, porque os filhos de Israel estavam absolutamente fora dos planos de Deus. E no que tange aos gentios, sobre quem veio a se cumprir esta palavra, a mensagem era mais realista ainda, até porque, as demais nações do mundo não queriam saber de Deus. Desta forma, Deus também não dava atenção, nem tinha comunhão com os gentios.

MEU POVO. Essa era a teologia separatista dos judeus em se tratando das demais nações do mundo, os gentios, ou pagãos. Conforme fica bem claro nos parâmetros da legislação de Moisés, a aliança da lei era exclusivista, porque era um pacto nacional com os filhos de Israel, e isso ficou evidente, quando ainda da conquista da terra de Canaã, quando foi ordenado aos hebreus que não se misturassem com os povos.

AÍ SERÃO CHAMADOS FILHOS. Paulo tinha uma visão profunda das regras estabelecidas na nova dispensação da graça de Deus com a igreja remida de Cristo Jesus. Quem tem uma compreensão mais apurada sobre as realidades do período da igreja primitiva quanto ao cristianismo, logo chega à conclusão que os demais apóstolos de Cristo, não tiveram a mesma visão que Paulo sobre estas realidades.

DO DEUS VIVO. Deus em Cristo Jesus estava realizando uma coisa nova na terra, implantando um novo pacto, em que todos os povos e nações eram chamadas para ter comunhão com o Criador de todas as coisas, isso por meio da reconciliação. Quem aceita a Cristo Jesus, o Filho de Deus como Senhor e Salvador, agora, também são considerados filhos do Deus vivo. E esta filiação dos remidos de Cristo a família divina nos ensina sobre a Salvação e vida eterna, porque a soteriologia fala da mesma coisa.