quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Tiago 2:25

Tiago 2:25 - E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários, e os despediu por outro caminho?
E DE IGUAL MODO RAABE. O escritor usa um outro exemplo do Velho Testamento para exemplificar que a fé coopera com as obras e vice-versa, no que diz respeito a justificação diante de Deus e também, neste caso, diante dos homens. Esta Raabe é citada no livro de Josué, como também no livro aos Hebreus, como uma heroína da fé. No Novo Testamento ela é citada na genealogia de Jesus Cristo, como sendo alguém que fez parte da família e dos antepassados do Salvador da humanidade.

A MERETRIZ. No caso do texto usado como referência no Velho Testamento, chama Raabe de “prostituta” e nós podemos conferir e diz o seguinte: Josué 2:1 - E Josué, filho de Num, enviou secretamente, de Sitim, dois homens a espiar, dizendo: Ide reconhecer a terra e a Jericó. Foram, pois, e entraram na casa de uma mulher prostituta, cujo nome era Raabe, e dormiram ali. Como se diz nos dias de hoje, Raabe era uma mulher de vida livre que se prostituía para se manter, ela era uma meretriz.

NÃO FOI JUSTIFICADA. Faz-se necessário destacar o pensamento teológico de Tiago, que era diferente do de Paulo, o apóstolo dos gentios. Tiago pertencia ao judaísmo e foi convertido ao cristianismo, porem, concentrou suas atividades na igreja de Jerusalém, que em parte permanecia na ortodoxia da legislação de Moisés. Já Paulo, foi enviado por Cristo para ser o apóstolo dos gentios, Portanto, os escritos de Paulo foram enviados para pessoas que seguiam o paganismo e aceitaram o cristianismo.

PELAS OBRAS. Estas obras a que se refere o autor, também não dizem respeito às obras da lei, mas sim as boas ações que alguém pode fazer para com o seu próximo, que faz achar graça diante dos homens e de Deus. E neste caso, Raabe fez o bem aos espias enviados por Josué para monitorar as terras de Jericó. Aquela mulher recebeu bem aqueles dois missionários, além do mais, os escondeu em sua casa para que não fossem mortos, e por fim, os despediu em paz, depois de firmar aliança com eles.

QUANDO RECOLHEU. Não se sabe ao certo, qual foi à intenção daqueles dois homens em se hospedarem na casa de Raabe. Todavia, tanto aquela mulher, quanto os moradores de Jericó reconheceram de que eles eram espias de Israel. Descoberto o fato, eles passaram a correr risco de vida, porque as autoridades de Jericó ficaram tomados de medo e pavor, bem como toda a cidade. De forma que os inimigos buscaram na casa de Raabe os dois missionários, porem, ela os escondeu de todos.

OS MISSIONÁRIOS. O texto hora citado pelo escritor não nos revela os nomes destes dois missionários que foram enviados por Josué para espiar as terras de Jerico. Na passagem do livro de Josué eles são chamados de “espias”, mas, neste texto que estamos comentando, o apóstolo os classifica de missionários. Porem, o certo é que eles estavam ali para fazer um levantamento de como eram as terras de Jericó.

E OS DESPEDIU POR OUTRO CAMINHO. A casa de Raabe ficava em cima do muro da cidade. Os espias não podiam sair pela porta da frente e atravessar toda a cidade, porque seriam pegos pelos soldados do rei de Jericó. Josué 2:15 - Ela então os fez descer por uma corda pela janela, porquanto a sua casa estava sobre o muro da cidade, e ela morava sobre o muro. Desta forma, Raabe ajudou os espias a escaparem.

Tiago 2:23-24

Tiago 2:23-24 - E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus. Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé.
E CUMPRIU-SE A ESCRITURA, QUE DIZ. O autor se refere à passagem de Gênesis 15:6 - E creu ele no Senhor, e imputou-lhe isto por justiça. Como também é citada por Paulo em Romanos 4:3 - Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. De fato, no tempo em que esta epístola foi escrita, não havia ainda um Novo Testamento completo como temos hoje, e os autores e pregadores do cristianismo usavam as Escrituras dos judeus para provarem seus argumentos.

E CREU ABRAÃO EM DEUS. O patriarca Abraão viveu em um tempo de profundas tendências politeístas, em que os seres humanos de sua época eram dominados pela idolatria, com adoração aos ídolos e as imagens de esculturas. No entanto, diferente dos cidadãos daquela época, ele decidiu por sua fé e confiança no Deus único e verdadeiro, Criador dos céus e da terra. Razão porque, se firmou uma aliança com seus descendentes, que passou a ser o Israel de Deus, até os dias de hoje e sempre.

E FOI-LHE ISSO IMPUTADO COMO JUSTIÇA. O fato de Abraão seguir o monoteísmo, com a crença no único Deus verdadeiro, fez toda a diferença, e isso cativou e chamou a atenção do Deus Criador, como sendo algo que agradou o seu coração. A fé de Abraão, que viveu antes da instituição da lei de Moisés, foi tão importante diante do coração de Deus, que o Senhor o classificou de justo sobre a terra. E diante do fato, isso o fez ser justificado pela sua fé, que o levou a praticar boas ações em sua vida.

E FOI CHAMADO AMIGO DE DEUS. Segundo as Santas Escrituras, todos aqueles que deixam de adorar o verdadeiro Deus para seguirem o politeísmo com suas crenças nas falsas divindades, criadas pela imaginação dos homens passam a ser indicados como inimigos de Deus. No caso de Abraão, que dedicou sua adoração e serviço ao Deus único e verdadeiro, ele passou a ser chamado por todos que lhe conheciam como sendo amigo de Deus, alguém que em tudo buscava agradar ao Criador.

VEDE QUE O HOMEM É JUSTIFICADO. Ser justificado neste caso é ser aprovado perante Deus. Abraão, certamente entrou em contradição com os costumes religiosos de sua época, pela sua atitude de seguir um caminho diferente dos seus contemporâneos, ao partir para a adoração ao Deus único e verdadeiro, quando a regra geral da sociedade de sua época era adorar aos ídolos e as imagens de esculturas. Sua atitude foi considerada pelos judeus como uma obra extraordinária.

PELAS OBRAS. O pensamento dos seguidores do judaísmo era de que, as boas obras eram justificadas pela obediência aos mandamentos da legislação de Moisés. Já para o pensamento teológico do cristianismo, principalmente defendido por Paulo, a fé é que justifica o homem perante Deus. E isso é fato para a era da nova dispensação da graça.

E NÃO SOMENTE PELA FÉ. Porem, Abraão viveu em um tempo em que, nem prevalecia o judaísmo, nem a cristianismo. No entanto, mesmo assim, suas atitudes, classificadas pelo autor de obras, foi quem o justificou perante o Criador dos céus e da terra.

Tiago 2:21-22

Tiago 2:21-22 - Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada.
PORVENTURA O NOSSO PAI ABRAÃO. Os seres humanos tem um princípio comum, quando acham em sua genealogia como Pai, Adão (1 Coríntios 15:45). Todos aqueles que nasceram de nova pela regeneração do Espírito de Deus, tem como Pai comum, o Deus Criador de todas as coisas (João 1:11-12). Já os judeus, encontravam sua paternidade genealógica nesta personagem importantíssima para Israel, chamado Abraão. Deus fez promessa a Abraão, que dele nasceria uma nação (Gênesis 12:2).

NÃO FOI JUSTIFICADO PELAS OBRAS. Na cronologia das alianças, houve três períodos diferentes, o tempo antes da lei, o período da lei de Moisés, que foi a aliança com Israel e a nova dispensação da graça, que é o tempo atual. Neste caso em pauta, o escritor se refere a um tempo em que não havia aliança estabelecida. No caso de Abraão, ele viveu em um tempo em que não tinha regras nem lei escrita sobre o que as pessoas deviam ou não deviam fazer, mesmo assim, ele foi justificado pelas obras.

QUANDO OFERECEU SOBRE O ALTAR. Este caso esta registrado no capítulo vinte e dois do livro de Gênesis, como ilustração de que a fé e as obras andam juntas e não uma separada da outra. Abraão quebrou a regra geral de sua época, em que as pessoas eram politeístas, e ele passou a ser monoteísta, crendo em um único Deus verdadeiro, e isso pela fé. No entanto, esta fé foi posta em prática, quando ele obedeceu a Deus, e tomou a atitude de dedicar a vida do seu único filho a Deus.

SEU FILHO ISAQUE? O nascimento de Isaque, como filho legítimo de Abraão, foi o cumprimento da promessa de Deus ao seu servo. O seu nome que era muito comum entre os judeus desta época, também é muito comum em nosso país, muitas vezes com a variação de Isaac, tem o significado de: “Filho da alegria ou nascido para sorrir”. Isaque nasceu por um milagre da parte de Deus, uma vez que seus Pais, Abraão e Sara, já eram bastante avançados em idade quando geraram esse menino.

BEM VÊS QUE A FÉ. Neste caso, a fé citada pelo autor, não é a fé como sendo o corpo de doutrinas cristãs, contidas nas boas novas do evangelho da nova dispensação, mas sim, a fé como sentimento de confiança e convicção naquilo que podemos pensar sobre Deus e o que ele faz em prol do homem. Quando estudamos o texto a que se refere o foto citado, descobrimos que Abraão agiu com fé no milagre de Deus.

COOPEROU COM AS OBRAS. Esta fé subjetiva, como sendo o pensamento positivo naquilo que se espera que aconteça, foi à força motivadora para que o resultado do fato rendesse glórias a Deus. A fé usada de forma ideal e verdadeira resulta em ações de graças, pelo que Deus termina realizando em prol dos que nele confiam inteiramente. Abraão acreditou que Deus poderia fazer uma coisa nova em seu favor, e assim foi.

E QUE PELAS OBRAS A FÉ FOI APERFEIÇOADA. O exemplo de fé deixado pelo patriarca Abraão, desde este fato, até os dias de hoje, serve de modelo para aqueles que depositam sua esperança no trabalhar de Deus em prol dos seus servos.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Tiago 2:19-20

Tiago 2:19-20 - Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o creem, e estremecem. Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?
TU CRÊS QUE HÁ UM SÓ DEUS. O autor se dirige tanto aos seguidores do judaísmo, quanto aos seguidores do cristianismo, e a todos aqueles que têm uma fé monoteísta, ou seja, que acreditam apenas em um único Deus verdadeiro, e não aos seguidores do paganismo ou seguidores do politeísmo, com suas crenças em várias divindades falsas. Neste caso, o apóstolo transmite sua mensagem para aquelas pessoas que conheciam as verdades da palavra do Senhor, sobre o Deus Criador, esse é o único Deus.

FAZES BEM. Assim sendo, o escritor faz o seu elogio pela atitude correta dos seus leitores, ao afirmar que eles estavam mais que certos, em acreditarem que só existe um único Deus verdadeiro. Com isso ele deixa transparecer que, aqueles que seguem o politeísmo, com suas crenças nos ídolos e nas imagens de escultura fazem mal ou agem errado. A crença ideal ou verdadeira é aquela que esta direcionada para o Criador de todas as coisas, que é o Deus Pai, Deus Filho e o Espírito Santo.

TAMBÉM OS DEMÔNIOS O CREEM. Os demônios são seres espirituais que estão servindo ao diabo e ao mau. Na eternidade passada os demônios serviam a Deu e ao seu reino, como anjos de luz, porem, na rebelião de satanás se tornaram malignos para servirem ao império das trevas. Eles acreditam em Deus, porque conhecem o Criador de todas as coisas, de fato, como ele é, porque viviam na presença do Senhor. Eles não obedecem a Deus, por causa da rebelião, mas sabem quem é o Deus Todo-poderoso.

E ESTREMECEM. Essa é uma expressão usada pelo autor para representar o medo que os demônios sentem das providências de Deus. Quando da rebelião, juntamente com satanás, os demônios foram precipitados dos céus para as trevas, como castigo pela apostasia que praticaram contra o Criador. Muitos dos demônios estão no inferno, em sofrimentos agudos, sem contar que a eternidade futura deles será no lago de fogo e enxofre, para onde irão o diabo e todos aqueles que não creem em Cristo Jesus.

MAS, Ó HOMEM VÃO. Percebe-se uma discussão teológica entre o seguidor da legislação mosaica e o convertido ao cristianismo. Onde o judaizante chama o cristão de homem insensato, vazio e desprovido de inteligência, por dar mais valor à fé do que a prática das boas obras. Neste texto, nota-se o clima de hostilidade que reinava dos judaizantes contra os cristãos primitivos. Conceitos opostos entre a lei e a graça.

QUERES TU SABER QUE A FÉ. Esta fé a que se refere o autor, diz respeito a tudo aquilo que envolvem as doutrinas cristãs, anunciadas pelas boas novas do evangelho. Tiago, assim como a maioria dos apóstolos que ficavam em Jerusalém, (a base ortodoxa da igreja primitiva) defendia que os cristãos precisavam guardar tudo aquilo que estava escrito no Velho Testamento, inclusive a legislação mosaica.

SEM AS OBRAS É MORTA. O apóstolo não está combatendo a fé em Cristo para a salvação, mas sim, mostrando que o cristianismo é filho do judaísmo, e que o Novo Testamento é o cumprimento do Antigo Testamento e que um não existe sem o outro.

Tiago 2:17-18

Tiago 2:17-18 - Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.
ASSIM TAMBÉM A FÉ. Os seguidores do judaísmo procuravam supervalorizar a prática das boas obras, como sendo o cumprimento das ordenanças da legislação mosaica, enquanto que os cristãos buscavam dar mais valor a prática da fé. Porem, os judeus convertidos ao cristianismo defendiam um meio termo, valorizando um tanto as obras da lei, sem, no entanto, deixar de exercer a fé. Sem falar que, os cristãos mais ortodoxos tinham uma tendência maior pelas boas obras, no caso do nosso escritor.

SE NÃO TIVER AS OBRAS. Tiago, o escritor desta carta, foi instruído desde a mais tenra idade sobre a prática das obras da lei. Converteu-se ao cristianismo, mas seu ambiente ministerial ficou até então restrito a igreja mãe de Jerusalém, que era por demais ligada a muitas das práticas do judaísmo. Percebe-se que o escritor, não só neste texto, mas em grande parte de sua epístola tem uma tendência mais ortodoxa, do que o evangelho da libertação pregado e ensinado por Paulo, apóstolo dos gentios.

É MORTA EM SI MESMO. Precisamos entender a importância deste autor, no trabalho de mediação entre a antiga aliança de Deus com Israel e a nova aliança de Cristo com a sua igreja. De forma que, o apóstolo não está tentando voltar ao tempo da lei, nem buscando desvalorizar a fé cristã, mas sim, mostrando a necessidade de também praticar boas ações, como confirmação da fé. Com isso, ele tenta explicar para seus leitores que, se juntar as boas ações com a prática da fé, o resultado é vida eterna.

TU TENS A FÉ. Neste ponto, o apóstolo aponta para aqueles que deixaram de seguir o judaísmo legalista e ortodoxo para seguires o cristianismo. Esta fé a que se refere o autor diz respeito às doutrinas cristãs defendidas e publicadas pelas boas novas do evangelho da graça de Deus. Os seguidores de Cristo são aqueles que passaram a crer inteiramente na obra redentora de Cristo como meio de Salvação, independentemente do que a pessoa tenha feito, antes de se converter ao cristianismo verdadeiro.

E EU TENHO AS OBRAS. Já nesta frase, o autor aponta para aqueles que diziam ter direito a todas as bênçãos de Deus por seguirem a legislação mosaica, guardando todos os mandamentos da lei. Na lei, os seguidores do judaísmo eram obrigados a praticarem as boas obras como meio de serem abençoados pelas promessas de Deus. De maneira que, os judaizantes faziam questão de praticarem boas ações para demonstrarem sua religiosidade. Além do mais, barganhavam a Deus por tais atitudes.

MOSTRA-ME A TUA FÉ SEM AS OBRAS. Neste caso, o escritor denuncia a hipocrisia religiosa dos que se dizem cristão, e que confessam ser pessoas de grande fé, mas que não dão testemunha desta mesma fé pela confirmação das obras. A fé neste caso é subjetiva, que se traduz por teoria, enquanto as obras é a fé posta em prática.

E EU TE MOSTRAREI A MINHA FÉ PELAS OBRAS. A fé subjetiva ou teórica, que o autor critica em frase anterior, não pode ser mostrada. Mas, a fé prática pelas obras, essa sim pode ser vista por todos. O escritor incentiva a prática de boas ações pela fé.

Tiago 2:15-16

Tiago 2:15-16 - E, se o irmão ou a irmã estiverem com falta de vestes, e tiverem falta de mantimento quotidiano. E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?
E SE O IRMÃO OU A IRMÃ. Desde os tempos mais remotos da humanidade que os seres humanos se consideram irmãos, por encontrarem na arvore genealógica um tronco comum em Adão e Eva. No que diz respeito aos judeus, eles se consideravam irmãos, por confessarem ser descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. Já com relação ao cristianismo, todos os seguidores de Cristo se dizem ser irmãos, porque o evangelho garante que em Cristo Jesus, todos são filhos de Deus (João 1:12-13).

ESTIVEREM COM FALTA DE VESTES. Seja um cidadão comum, seja um israelita ou um servo de Cristo, qualquer um está sujeito a passar por uma situação desta natureza. A sociedade sempre foi composta por pessoas de diferentes classes sociais em que poucos têm muito e muitos tem poucos recursos financeiros. Tem muitas pessoas, principalmente nos países capitalistas, que são tão pobres, que lhes faltam roupas para se vestirem, notadamente, vestes adequadas para ambientas mais sociais.

E SE TIVEREM FALTA DE MANTIMENTO QUOTIDIANO. Nos dias de hoje, com estruturas sociais dos governos, dificilmente se encontram pessoas passando fome. Todavia, nos tempos mais antigos, as pessoas chegavam mesmo a morrerem de fome, por falta de assistência social. Muitos judeus da dispersão passavam por necessidades básicas, como também muitos dos que eram escravos e se converteram ao cristianismo. A palavra diz que, os pobres é que se convertem ao evangelho.

E ALGUM DE VÓS DISSER: IDE EM PAZ. Seja por falta de vestes ou por falta do alimento de cada dia, se um dos irmãos procurasse os que tinham melhores condições, estes não deviam dispensar de mãos vazias o que estava passando necessidade. Várias das igrejas primitivas estavam se envolvendo em campanhas sociais em arrecadação das coisas básicas para serem distribuídas com os que mais precisavam. O apóstolo Paulo esteve pessoalmente envolvido com estas campanhas e era um incentivador.

AQUIETAI-VOS, E FARTAI-VOS. A Palestina, em determinadas épocas do ano era tão gelada que se as pessoas não estivessem bem agasalhadas poderiam chegar a morrer de frio, portanto, as vestes eram uma necessidade de vida ou morte. De forma que tanto as vestes como e principalmente o alimento cotidiano era algo de sobrevivência. Aqueles que precisavam destas coisas deviam ser socorridos pelos irmãos que tinham melhores condições financeiras, na prática do amor fraternal.

E NÃO LHE DERDES AS COISAS NECESSÁRIAS PARA O CORPO. O ensinamento ou exortação do escritor era para que os seus leitores se compadecessem com os mais pobres, seja da própria comunidade judaica ou cristã, e também com todos.

QUE PROVEITO VIRÁ DISTO? Seria pura hipocrisia religiosa dizer que fazia parte do judaísmo ou do cristianismo e ver alguém precisando de vestes ou de alimentos e fechar as mãos para não ajudar ao pobre e necessitado. Isso é falta de amor fraternal.

Tiago 2:14

Tiago 2:14 - Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo?
MEUS IRMÃOS. O texto a nossa frente nos remete a lembrar sobre quem estava escrevendo esta epístola, e para quem ele estava escrevendo. Tiago, irmão do Senhor Jesus, concentrou sua atividades em Jerusalém, onde se tornou a principal liderança da igreja mãe do cristianismo. Portanto, ele pensava diferente do apóstolo Paulo, que concentrou suas atividades ministeriais no mundo gentílico. E Tiago estava escrevendo para seus irmãos judeus, convertidos ou não ao cristianismo.

QUE APROVEITA SE ALGUÉM DISSER. De forma que, o autor, assim como o Senhor Jesus, buscava intermediar uma fase importante entre a velha aliança de Deus com Israel e a nova dispensação implantada por Cristo para a igreja. O ministério de Cristo, a carta aos Hebreus e esta epístola de Tiago tem como foco e ação direcionada o povo judeu, que precisava entender a nova aliança de Deus com todas as nações do mundo, por meio do novo Israel, que é a igreja remida por Cristo Jesus.

QUE TEM FÉ. Essa fé sobre a qual o autor se refere diz respeito à confiança plena em Deus e na obra redentora de Cristo Jesus nosso Senhor. No entanto, se faz necessário destacar que esta fé sobre a qual o escritor tenciona escrever diz respeito ao conjunto de doutrinas cristãs da nova aliança de Deus com a humanidade por meio da obra de redenção realizada por Cristo. É como se o apóstolo quisesse dizer que não adianta somente ser um seguidor do cristianismo, sem ter boas ações que confirma a fé.

E NÃO TIVER. A igreja de Jerusalém, da qual Tiago era seu principal líder, quando esta carta foi escrita, era mediadora entre o judaísmo e o cristianismo, entre a antiga e a nova aliança, entre os judeus convertidos ao cristianismo e os gentios que saiam do paganismo para o cristianismo. É tanto que, boa parte dos comentaristas bíblicos concordam que, Tiago escreveu parte desta epístola para contrabalancear entre o cristianismo ortodoxo e o evangelho da libertação pregado e ensinado por Paulo.

AS OBRAS? Como o autor estava escrevendo para os judeus da dispersão, seguidores da legislação mosaica ou convertidos ao cristianismo, observasse o seguinte: A antiga dispensação era condicional, em que da parte de Deus a promessa era abençoar (salvar), porem, da parte humana se exigia a obediência aos mandamentos da lei de Moisés. De forma que, estas obras, sobre as quais o escritor se reporta dizem respeito ao cumprimento de tudo aquilo que exigia a legislação de Moisés para o povo judeu.

PORVENTURA A FÉ. Já esta fé, deste ponto da carta, diz respeito ao conjunto de doutrinas cristãs que engloba tudo que dizem respeito à nova dispensação da graça de Deus para a humanidade, implantada por Cristo Jesus, o mediador da nova aliança. Esta é a fé no evangelho das boas novas e a salvação pela graça de Deus.

PODE SALVÁ-LO? O escritor faz a seguinte pergunta: Porventura a fé pode salvar? Essa pergunta merece duas respostas. Para os seguidores do judaísmo, não. Para os seguidores do cristianismo, sim, porque essa é justamente a proposta da nova aliança estabelecida por cristo. Deus entra com a graça e o homem entra com a fé.

Atos 28.30-31

Atos 28.30-31 - E Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara, e recebia todos quantos vinham vê-lo. Pregando o rein...