Romanos 9:15-16

Romanos 9:15-16 - Pois diz a Moisés: Compadecer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus, que se compadece.

POIS DIZ A MOISÉS. Paulo faz uso mais uma vez de um trecho do Velho Testamento, e com detalhe, dos escritos de Moisés, que era um personagem muito respeitado pelo povo judeu. O escritor cita (Êxodo 33:19) em resposta ao rogo de Moisés para que lhe mostrasse a sua glória, bem como a solicitação de que o Senhor não abandonasse o seu povo. Em (Êxodo 33:17) encontramos o porquê, que Deus falou para Moisés tais palavras, citando então que o patriarca havia achado graça diante Dele.

COMPADECER-ME-EI DE QUEM ME COMPADECER. Portanto, se é por graça, que é um favor não merecido, então, precisamos entender que o mérito pessoal de quem quer que seja é neutralizado para dar lugar à bondade de Deus. Nestas palavras escritas por Paulo havia a mais profunda intenção de explicar para os judeus, seus leitores algo muito importante sobre os gentios, que agora, estavam sendo aceitos por Deus.

E TEREI MISERICÓRDIA. A realidade é que os seguidores do judaísmo desprezavam as demais nações do mundo, e acusavam os gentios de não serem dignos do perdão de Deus, nem mesmo de sua misericórdia ou graça. E até certo ponto, os hebreus tinham razão, porque antes da vinda do Messias de Deus, as demais nações do mundo desprezavam o Criador de todas as coisas. Porem, a nova dispensação mudou tudo.

DE QUEM EU TIVER MISERICÓRDIA. Em se tratando do momento em que Deus falou tais palavras para Moisés, o povo judeu havia desprezado ao Senhor, fazendo um bezerro de ouro, e o tomando como seu novo deus. O Senhor ficou furioso com os hebreus e queria destruir os rebeldes judeus. Moisés intercede, e Deus lhe diz que o povo merecia a destruição, mas que ele iria usar de misericórdia, em vez do juízo.

ASSIM, POIS, ISTO NÃO DEPENDE DO QUE QUER. Esta colocação feita pelo apóstolo dos gentios é bastante interessante, porque mostra a importância do interesse de Deus em se reconciliar com os filhos dos homens, e não o contrário. Quem vive para o reino de Deus, não pode se vangloriar de ter procurado comunhão com o Senhor, mas sim, agradecer de forma permanente a graça que alcançou diante do coração do Pai.

NEM DO QUE CORRE, MAS DE DEUS. Há, ainda que de forma indireta uma metáfora da parte de Paulo, sobre os que competiam nos jogos olímpicos dos romanos, em que o vencedor por esforço própria levava o prêmio. No entanto, alcançar o favor de Deus, não depende dos esforços humanos, mas sim, de Deus que resolve derramar sua bondade, misericórdia e graça sobre o mais miserável pecador, que são todos.

QUE SE COMPADECE. São passagens bíblicas como esta, que nos ensinam de maneira profunda sobre a nossa dependência da graça de Deus, a fim de alcançarmos o favor do Senhor. O ser humano se encontra tão alienado, que não encontra força para levantar nem a cabeça para o Deus de santidade. Tudo provem de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo, por Cristo Jesus, o Redentor. O novo Israel de Deus, que é a igreja de Cristo, se constitui da mais poderosa manifestação da graça de Deus.

Romanos 9:13-14

Romanos 9:13-14 - Como está escrito: Amei a Jacó, e aborreci a Esaú. Que diremos pois? que há injustiça da parte de Deus? De maneira nenhuma.

COMO ESTÁ ESCRITO. Esta é uma frase recorrente nos escritos de Paulo, bem como outros escritores também a usa, no sentido de comprovar o apoio do Velho Testamento para tudo que estava acontecendo na nova dispensação da graça de Deus. Ao mesmo tempo, verifica-se que havia a intenção de Paulo de que esta sua correspondência chegasse diretamente aos judeus, seguidores do tradicional judaísmo, ou que fossem os hebreus convertidos ao verdadeiro cristianismo da igreja.

AMEI. O amor é uma das características fundamentais do Deus único e verdadeiro, e a prova disto é que o mundo e os habitantes da terra ainda existem, porque foi pelo seu amor que Deus enviou seu Filho Jesus para salvar o mundo e os seus eleitos. É efetivamente por este amor sem par, que o Senhor chama a alguém para ser seu filho, amigo e eleito. Isto aconteceu com seu amigo Abraão, com Isaque e com Jacó.

A JACÓ. Paulo está se referindo ao filho de Isaque, ele que achou graça diante do coração de Deus, e que teve o seu nome mudado pelo Senhor para Israel, como sendo o pai de uma grande nação. Mas também o escritor se reporta ao povo hebreu que foi uma nação eleita de Deus, um povo resgatado da casa da servidão do Egito. Como também podemos conjecturar que Paulo esteja pensando na igreja amada de Cristo.

E ABORRECI. Já o verbo aborrecer nos fala a respeito de um outro aspecto do comportamento de Deus, que fica bem plausível nas páginas do Velho Testamento, onde fica bem explicito que Deus rejeita quem se tornar alienado dos seus planos e de sua soberana vontade. Mas, o Novo Testamento também declara que Deus é um fogo consumidor e que horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo, Ele que também é Juiz dos vivos e dos mortos. Deus é amor, bondade e misericórdia, mas também é justiça.

A ESAÚ. O desenrolar dos fatos deixou claro que este Esaú, que era filho de Isaque e irmão gêmeo de Jacó, entrou por um caminho que não agradara a Deus, porque ele era uma representação do homem natural, diferente de seu irmão Jacó que passou a confiar e adorar ao Deus de seus pais, Isaque e Abraão. Como metáfora, Paulo também falava a respeito do judaísmo que foi reprovado, e da igreja amada de Deus.

QUE DIREMOS POIS? QUE HÁ INJUSTIÇA DA PARTE DE DEUS? Certamente o apóstolo dos gentios ver os seus leitores judeus se sentindo contrariados por sua metáfora, e ele aplica duas perguntas com uma resposta lógica. Jamais um judeu, pelas suas crenças baseadas na legislação de Moisés iria atribuir injustiça ao Deus santo e reto como era o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Com isto, Paulo desarmou seus leitores.

DE MANEIRA NENHUMA. Esta é uma resposta que Paulo usa nesta sua carta para diversas perguntas que ele faz aos seus leitores, e que neste caso do nosso texto em foco já era esperada. Ninguém jamais, desde que o mundo existe e que nele habita os seres humanos, vai jamais cobrar da parte de Deus qualquer ato de injustiça praticado pelo Deus que é reto em tudo que fala e faz. O resgate que Deus fez de Israel da terra da escravidão do Egito fazia emudecer qualquer judeus diante da justiça de Deus.

Romanos 9:11-12

Romanos 9:11-12 - Porque, não tendo eles ainda nascido, nem tendo feito bem ou mal (para que o propósito de Deus, segundo a eleição, ficasse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama). Foi-lhe dito a ela: O maior servirá o menor.

PORQUE, NÃO TENDO ELES AINDA NASCIDO. Existem coisas nesta vida que aparentemente seguem seu curso normal, e humanamente falando, não se percebe a intervenção de Deus, apesar de em tudo ter a mão de Deus controlando e governando todas as coisas. Mas, existem coisas significantes na vida de pessoas e na existência dos povos, que se percebe diretamente o agir poderoso de Deus. Foi o caso do nascimento de Isaque, bem como de Jacó, por causa da promessa de Deus.

NEM TENDO FEITO BEM OU MAL. O que Paulo tenta explicar aos seus leitores é que não dependeu da escolha humana, em agir certo ou errado, em praticar o bem e conquistar a graça de Deus ou agir errado e ser reprovado por Deus. Percebe-se nesta colocação feita por Paulo que a graça de Deus já estava em operação, com o que aconteceu com Abraão, com seu filho Isaque, e mais notável ainda com Jacó.

PARA QUE O PROPÓSITO DE DEUS. A chamada de Abraão e a forma como Deus trabalhou segundo o seu propósito na vida dos seus descendentes foi a mais forte demonstração dos planos de Deus. O escritor deixa bem claro em sua colocação que para tudo há um ou mais propósito da parte de Deus e que o Criador governa sobre tudo e sobre todos. Também vemos que Deus se interessa pelos filhos dos homens.

SEGUNDO A ELEIÇÃO, FICASSE FIRME. Como negar esta doutrina tão clara nas páginas das Sagradas Escrituras? O caso de Esaú e Jacó mostra de maneira clara que Deus elege alguém para cumprir seus propósitos e ponto final. A discussão entre os defensores do arminianismo e do calvinismo só cria atritos intermináveis e divisão entre o povo de Deus. As duas teses estão na bíblia, o certo é que não temos ainda luz o suficiente para conciliar estas duas correntes teológicas, que são um paradoxo.

NÃO POR CAUSA DAS OBRAS. Nesta mesma carta, em se tratando de Abraão, o apóstolo dos gentios fala sobre a justificação, não por obras do patriarca, mas fica entendido que foi pela graça. A escolha de Jacó por parte de Deus se deu quando ele ainda não havia nascido. A vida e os procedimentos que aconteceram depois na vida de Esaú só vieram confirmar que a escolha de Deus na vida de Jacó estava correta.

MAS POR AQUELE QUE CHAMA. Deus é soberano e domina sobre tudo e sobre todos de tal maneira que ninguém deve lhe questionar sobre o que ele faz ou deixa de fazer. Temos o exemplo de Paulo, que era Saulo antes de se converter, o qual foi chamado por Deus para uma grande obra, quando ainda era um homem que perseguia de forma hostil a igreja de Cristo. A chamada de Deus é inquestionável, pois é ele quem manda.

FOI LHE DITO A ELA: O MAIOR SERVIRÁ AO MENOR. Gênesis 25:22-23 - E os filhos lutavam dentro dela; então disse: Se assim é, por que sou eu assim? E foi perguntar ao Senhor. E o Senhor lhe disse: Duas nações há no teu ventre, e dois povos se dividirão das tuas entranhas, e um povo será mais forte do que o outro povo, e o maior servirá ao menor. Historicamente isto tem se cumprido entre Israel e os palestinos.

Romanos 9:9-10

Romanos 9:9-10 - Porque a palavra da promessa é esta: Por este tempo virei, e Sara terá um filho. E não somente esta, mas também Rebeca, quando concebeu de um, de Isaque, nosso pai.

PORQUE A PALAVRA DA PROMESSA É ESTA. Deus chamou Abraão de Ur dos caldeus, para ser peregrino em terra estranha, e Abraão atendeu ao chamado do Senhor. Foi fundamental neste relacionamento de Abraão com Deus a sua fé de que Deus era capaz de fazer por ele tudo que ele pedisse. E o Senhor vinha abençoando Abraão em tudo, porem, o patriarca sente falta de um filho, que seria seu herdeiro quando o velho Abraão partisse desta vida para a outra. Abraão pediu a Deus e o Senhor lhe deu.

POR ESTE TEMPO VIREI. Paulo cita a passagem que era muito conhecida de Gênesis 18:9-11 - E disseram-lhe: Onde está Sara, tua mulher? E ele disse: Ei-la aí na tenda. E disse: Certamente tornarei a ti por este tempo da vida; e eis que Sara tua mulher terá um filho. E Sara escutava à porta da tenda, que estava atrás dele. E eram Abraão e Sara já velhos, e adiantados em idade; já a Sara havia cessado o costume das mulheres.

E SARA TERÁ UM FILHO. Essa era de fato a grande esperança de Abraão e certamente de Sara também, porque eles não tinham filhos para quem deixar seus bens, haja vista que eram neste mesmo tempo muito ricos. Esta promessa foi muito importante não somente para o casal, mas também para uma nação que surgiria a partir do cumprimento desta palavra. Este filho foi então, o descendente legítimo de Abraão.

E NÃO SOMENTE ESTA. Além do primeiro caso envolvendo Abraão e sua esposa Sara, Paulo ainda escreve sobre outro caso envolvendo Isaque e sua esposa Rebeca, em que Rebeca também era estéril, porem, Isaque buscou solução em Deus, que lhe ateneu. Gênesis 25:21 - E Isaque orou insistentemente ao Senhor por sua mulher, porquanto era estéril; e o SENHOR ouviu as suas orações, e Rebeca sua mulher concebeu.

MAS TAMBÉM REBECA. O caso de Rebeca traz consigo um complicador quanto a escolha de Deus, porque ela estava gestante de gêmeos, Esaú e Jacó, em que a lógica humana foi invertida para que prevalecesse a vontade de Deus. Esaú era o primogênito, a quem pertencia os direitos de primogenitura, mais foi Jacó quem teve o privilégio de ser o agente da bênção de Abraão e de seu pai Isaque principalmente.

QUANDO CONCEBEU DE UM. No caso de Abraão, não havia dúvida de quem era o descendente a quem havia sido feita a promessa, porque Isaque era Filho único de Abraão com sua esposa Sara. Mas no caso de Isaque, somente Deus poderia resolver a questão, uma vez que, quando do nascimento de Esaú e Jacó, no caso, Jacó seria o primogênito, mas houve uma luta entre os dois, e, portanto, Esaú nasceu primeiro.

DE ISAQUE, NOSSO PAI. O segundo patriarca chamado Isaque também tinha uma importância muito grande para o povo judeu, porque foi nele que se cumpriu a promessa de Deus. Portanto, apesar de não ter muito destaque o quanto teve Abraão nem tão pouco Jacó para os hebreus, mas Isaque também era considerado como pai de uma nação inteira. Além de que Isaque apontava ou era uma tipologia do que seria o Messias de Deus, como legítimo descendente de Abraão, Isaque e Jacó.

Romanos 9:8

Romanos 9:8 - Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência.

ISTO É. Estes assuntos são um tanto estranhos para nós que somos gentios, e que vivemos distantes a mais de dois mil anos do tempo em que Paulo escreveu esta sua carta. Porem, para os judeus, cristãos ou não que eram na época os leitores de Paulo, isso tinha uma importância muito grande, porque era o momento de entender o que estava ocorrendo no mundo espiritual, com a implantação da nova dispensação, envolvendo judeus e gentios. E se percebe que Paulo entendia bem este assunto.

NÃO SÃO OS FILHOS. Esta colocação feita por Paulo para seus leitores judeus era um choque contra tudo que os hebreus pensavam e julgavam ser, dentro de uma realidade humana para os israelitas. De fato, o escritor estava indo contra uma cultura enraizada à séculos na mente do povo judeu, que se achavam melhores do que os demais povos do mundo, pelo fato de pertencerem a linhagem de Abraão.

DA CARNE. Os filhos da carne são aqueles que nascem de acordo com a vontade humana, são os filhos de sangue conforme a arvore genealógica de cada família. Certamente, o apóstolo pensa em Ismael, que não era da semente espiritual de Abraão, e que era diferente de Isaque, que era o filho da promessa, e que veio ao mundo por um milagre da parte de Deus, em cumprimento a sua palavra que é fiel.

QUE SÃO FILHOS DE DEUS. Em comparação entre Ismael e Isaque, Paulo via uma diferença, porque Ismael nasceu de forma natural, além de ser filho de uma das mulheres de Abraão, que não era a legítima. Já Isaque era filho de Sara, mulher legítima do patriarca, que não podia ter filhos, mas que recebeu a promessa de ser mãe, e isso se deu por meio da intervenção de Deus, portanto, o nascimento do filho da promessa foi de acordo com a vontade e o plano de Deus, coisa sobrenatural.

MAS OS FILHOS. A partir de Isaque é que a linhagem espiritual de Israel começava a ser remanescente daquilo que veio a ser uma nação conforme o coração de Deus. o que foi confirmado com Jacó. Rebeca estava grávida, e sentiu que com ela era diferente das demais mulheres no período de gestação. Perguntou ao Senhor porque com ela era assim, Deus lhe disse que havia nela duas nações, Esaú e Jacó, o escolhido.

DA PROMESSA. Sobre os filhos da promessa, então se pode falar sobre Isaque, depois dele sobre Jacó, bem como sobre os descendentes de Israel. Porem, precisamos ser espertos no que estamos lendo e comentando, no sentido de ter a certeza de que o apóstolo dos gentios está usando de mais uma de suas metáforas para falar verdades espirituais que vão além do que era lógico, material e humano.

SÃO CONTADOS COMO DESCENDÊNCIA. O pano de fundo das explicações dadas por Paulo em suas conjecturas era escrever sobre o Israel espiritual, que nesta nova realidade da nova aliança da graça de Deus, não eram mais os descendentes físicos de Abraão, Isaque e Jacó, mas sim, os que nasceram de novo ou de cima, porque aceitaram a obra redentora de Cristo Jesus, o Salvador. Estes são os filhos da fé do patriarca Abraão, que não nasceram somente da carne, mas da vontade de Deus.

Romanos 9:6-7

Romanos 9:6-7 - Não que a palavra de Deus haja faltado, porque nem todos os que são de Israel são israelitas. Nem por serem descendência de Abraão são todos filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência.

NÃO QUE A PALAVRA DE DEUS. Hebreus 1:1 - Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho. De todas as formas Deus avisou aos hebreus sobre a nova dispensação, até mesmo usando Moisés, que escreveu a lei, que nos fins dos dias enviaria um Profeta, o Cristo (Deuteronômio 15:15,18). Prometeu a Davi que enviaria um Rei de sua descendência e por meio de Davi falou sobre um Sacerdote eterno.

HAJA FALTADO. Vários foram os profetas que o Senhor levantou para profetizar sobre a vinda do Messias, a exemplo do profeta Isaías, que até ficou sendo conhecido como o profeta messiânico. Por fim, enviou um dos maiores profetas, que foi João Batista, o percussor do Messias. Então, veio o Emanuel de Deus, anunciando o ano aceitável do Senhor, e depois os seus apóstolos e discípulos falando da palavra de Deus sempre.

PORQUE NEM TODOS QUE SÃO DE ISRAEL. Atos 13:46 - Mas Paulo e Barnabé, usando de ousadia, disseram: Era mister que a vós se vos pregasse primeiro a palavra de Deus; mas, visto que a rejeitais, e não vos julgais dignos da vida eterna, eis que nos voltamos para os gentios. João 1:10-11 - Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.

SÃO ISRAELITAS. Havia na realidade uma mistura muito grande entre os que eram de fato filhos da carne de Abraão, como descendentes, e os verdadeiros filhos da fé do patriarca Abraão. Os que eram da fé acreditaram no cumprimento da promessa de Deus que se cumpria em Jesus Cristo, por isso que nasceu a sua igreja entre os hebreus e o próprio Paulo. Mas os que eram apenas da carne, não creram em Cristo.

NEM POR SEREM DESCENDENTES DE ABRAÃO. Uma das coisas que tornavam os judeus orgulhosos era mostrarem por meio de suas arvores genealógicas que eram descendentes de Abraão. Fala-se que em Israel, os chefes de tribos mais importantes de cada clã guardavam em suas próprias residências enormes listas de nomes dos seus antepassados, até chegarem no patriarca Abraão, e isso faziam com muito orgulho.

SÃO TODOS FILHOS. O próprio damasceno Eliezer era considerado um filho de criação de Abraão, é tanto que se não tivesse nascido outros filhos de Abraão, ele seria o herdeiro. Sabemos que Abraão teve outro filho que seria o herdeiro se Isaque não tivesse nascido, que era o Ismael. Ainda hoje, os descendentes de Ismael, bem como de Esaú lutam pela terra prometida, por acharem que a promessa também é deles.

MAS: EM ISAQUE SERÁ CHAMADA A TUA DESCENDÊNCIA. No que diz respeito ao direito da promessa de sangue que Deus fez ao seu Amigo Abraão, foi em Isaque que se cumpriu a promessa feita ao casal, Abraão e Sara. É tanto que a descendência é contata de Isaque, Jacó e todos os que de Jacó vieram depois dele, os mesmos que entraram do Egito e que depois foram libertados por Deus para herdarem a terra prometida de Canaã, a terra que manava leite e mel, a que Deus prometeu a Abraão.

Romanos 9:5

Romanos 9:5 - Dos quais são os pais, e dos quais é Cristo segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito eternamente. Amém.

DOS QUAIS SÃO OS PAIS. O apóstolo ver os israelitas como uma grande família, que neste mesmo tempo, estavam comprovadamente ligados uns aos outros, com registros intermináveis de suas arvores genealógicas. Um dos povos antigos que cuidavam de registrar suas listras de antepassados de forma criteriosa eram os hebreus. Os quais a que se refere Paulo, também poderia se referir apenas as personagens mais importantes de cada tribo ou linhagem familiar do povo judeu.

E DOS QUAIS É CRISTO. Encontramos nos evangelhos duas listas genealógicas nos evangelhos sinóticos, em que (Mateus 1:1-17) narra a genealogia de Abraão até Jesus Cristo, em que o escritor fala dos antepassados de José, marido de Maria, de quem nasceu Jesus de Nazaré. Já o evangelho de (Lucas 3:23-38) trás uma lista grande de nomes, a começar de Cristo até o primeiro homem Adão, pela família de Maria.

SEGUNDO A CARNE. Neste caso, o apóstolo faz lembrar aos seus leitores que o Messias de Deus, Jesus Cristo, era na verdade um judeu de origem, e isso pelos seus laços reais de família e nacionalidade como israelita. Ao mesmo tempo, podemos conjecturar que Paulo também tentava combater uma certa ideologia falsa de que Cristo era apenas um ser espiritual, e não um ser humano, no que tange a sua encarnação. Na realidade, Cristo era o Emanuel, mas também era um ser humano.

O QUAL. O mesmo Cristo, que neste momento, se encontrava entronizado a destra de Deus, investido da maior autoridade que possamos imaginar, também era conhecido por todos, como sendo o homem que se fez servo e habitou entre nós. Paulo escrevendo em (Filipenses 2:6-8) nos declara que o Filho de Deus se esvaziou dos seus privilégios de ser Deus, veio a terra como homem para morrer como servo.

É SOBRE TODOS. Mas aquele mesmo Messias que se humilho, também foi exaltado. Filipenses 2:9-11 - Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome. Para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra. E toda a língua confesse que Jesus Cristo é o SENHOR, para glória de Deus Pai. Ele é Rei dos reis e Senhor dos senhores.

DEUS BENDITO ETERNAMENTE. Certamente, o apóstolo dos gentios pensa neste mesmo momento sobre um dos títulos em que o Messias de Deus já era chamado antes mesmo de nascer sobre a terra, que era “o Emanuel” de (Isaías 7:14). O próprio Cristo declarou: Eu e o Pai somos um (João 10:30). Portanto, Jesus Cristo era Deus conosco, Deus entre os homens, e Ele disse isso aos seus discípulos (João 14:7-11).

AMÉM. Geralmente esta era uma palavra muito usada no término de uma comunicação do tipo religiosa, que não é este caso. Paulo usou esta palavra como conclusão de algumas de suas cartas. Em se tratando da pessoa bendita de Cristo Jesus, este era um dos seus títulos, em que para Paulo Ele era o Amém de Deus. No que diz respeito a compreensão histórica do cristianismo o Amém também significa assim seja, como confirmação de que, tudo que foi exposto era a mais pura verdade.