sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Tiago 3:1

Tiago 3:1 - Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo.
MEUS IRMÃOS. Desde os tempos mais remotos da humanidade que os seres humanos se consideram irmãos por acharem um tronco comum na arvore genealógica de toda a humanidade em Adão e Eva. Já os filhos de Israel se consideram irmãos uns dos outros, por terem nos patriarcas, Abraão, Isaque e Jacó suas raízes genealógicas em comum. Para os seguidores do cristianismo, isso se dá pelo fato de que todos que aceitaram a Cristo, são chamados filhos de Deus (João 1:11), e portanto, irmãos uns dos outros.

MUITOS DE VÓS. O escritor começa este capítulo três de sua epístola aconselhando aos seus leitores sobre não se ufanarem de possuir a sabedoria natural e conclui mostrando que a sabedoria que vem do alto é mais importante. Ao que tudo indica, neste mesmo tempo havia uma certa disputa entre aqueles que usavam da palavra, onde um tentava demonstrar que era mais sábio do que o outro, em termo de conhecimento das Sagradas Escrituras. Isso acontece muito nos dias de hoje.

NÃO SEJAM MESTRES. O cristianismo em seus primórdios teve ataques doutrinários de fora e de dentro da comunidade cristã. Ora eram os judaizantes quem atacava com suas fábulas artificias, ora eram os falsos mestres gnósticos, e os falsos cristãos que se infiltravam no meio das igrejas com a finalidade de confundir o povo de Deus com suas falsas doutrinas. A exortação do apóstolo era de que os seus leitores escolhessem a vida simples, como adoradores de Deus e não desejassem ser mestres dos outros.

SABENDO QUE. A igreja do Senhor Jesus é composta de pessoas simples e de pessoas astuciosas que fazem suas coisas erradas mesmo conscientemente. Boa parte dos religiosos erram por serem ignorantes quanto às verdades da palavra de Deus, mas, os falsos líderes religiosos fazem suas tramoias de caso pensado, porque conhecem as verdades das Sagradas Escrituras. Os líderes religiosos quando erram não são inocentes naquilo que fazem, mas agem de má fé, por obras e também por palavras.

RECEBEREMOS. Tudo aquilo que o homem plantar é justamente aquilo que haverá de colher, essa é a lei da colheita segundo a semeadura. Ninguém faz uma plantação de milho para colher arroz, a natureza é boa, mas também é justa. Em outra parte, o evangelho também diz, por tuas palavras serás justificado e por tuas palavras serás condenado. Se alguém se faz de mestre dos outros, esse receberá mais duro juízo.

MAIS DURO. Mais uma vez o autor demonstra sua tendência ortodoxa e preferência pelas exigências da legislação mosaica, sem, no entanto, deixar de escrever sobre uma realidade que permanece também na nova dispensação. Quem busca por egoísmo pessoal se apresentar como doutrinador, ensinador ou pregador deve ter a consciência de que vai prestar contas de cada palavra pronunciada em seu ministério.

JUÍZO. O melhor é ser um simples ouvinte, das supostas mensagens religiosas, do que alguém para mostrar que é um líder influente, querer ser mestre dos outros. Até mesmo aqueles que agem corretamente com a palavra de Deus serão julgados (2 Coríntios 5:10). Quanto mais os que são maus intencionados (Apocalipse 20:15).

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Tiago 2:26

Tiago 2:26 - Porque, assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras é morta.
PORQUE, ASSIM COMO. O autor continua com seu debate teológico e com suas comparações objetivando a defender que, o judaísmo ainda tem sua importância mesmo dentro do cristianismo, e que o conjunto de cresças cristãs têm seu alicerce nas tradições religiosas dos judeus. Para os cristãos ortodoxos da igreja primitiva, que ainda não dispunham do Novo Testamento pronto, as Escrituras dos judeus eram fundamentais, principalmente sobre as profecias messiânicas e da nova aliança.

O CORPO. É bem provável que o escritor esteja pensando no corpo de um ser humano, e não em um corpo de um animal, que não tem o espírito. A teologia dos judeus se divide em duas composições, quanto a cresças do Velho Testamento. O Pentateuco não deixa transparecer uma cresça na imortalidade, e neste ponto de vista, o espírito é comparado apenas como o sopro de vida. Já no judaísmo helenístico, o espírito é visto como eterno e que da vida ao corpo material e orgânico, neste caso houve um avanço.

SEM O ESPÍRITO. Quando Deus criou o homem do pó da terra, o ser humano não tinha vida em si mesmo, porem o Senhor soprou em suas narinas o folego de vida, conforme Gênesis 2:7 - E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente. Por isso que a cultura dos hebreus não ensinava sobre existência do espírito imortal no homem no tempo do Pentateuco. O espírito para eles era o folego de vida, e não como cremos hoje.

ESTÁ MORTO. O corpo sem o espírito está morto, diz o autor. Esta expressão está correta, em se tratando das verdades espirituais, como também quando se trata do ser humano natural. A morte física ou clinica é justamente a separação entre o corpo físico da vida espiritual. É a mesma coisa que dizer também: Nesta nova dispensação, quem não tiver o Espírito de Deus, não tem vida espiritual iluminada pelo reino de Deus. Quando o homem foi formado do pó da terra, ele não tinha vida em si mesmo.

ASSIM TAMBÉM A FÉ. Podemos escrever sobre a fé natural, que é justamente o desejo de alguém fazer alguma coisa, e porque quer e pode, então faz. Existe a fé subjetiva, expressa pela confiança e esperança sobrenatural, que algo além das possibilidades humanas vai acontecer e Deus realiza pela pessoa o que ela não pode fazer por si mesmo. Mas, talvez o autor esteja escrevendo sobre a fé como doutrina cristã.

SEM OBRAS. Há quem diga que havia uma disputa teológica entre Tiago e Paulo, em que o primeiro defende a permanência do judaísmo dentro do Cristianismo, e o segundo, afirma que Cristo cumpriu pela igreja todas as exigências da lei, e que o seguidor do cristianismo esta livre para viver pela fé e não conforme a lei de Moisés. A realidade é que Paulo como missionário aos gentios via as coisas de forma diferente.

É MORTA. Para o escritor desta epístola, a fé sem as obras, ela esta morta em si mesmo. Com isso, o apóstolo deixa transparecer que a fé é confirmada pela pratica das boas obras. Em se tratando das duas alianças, no pensamento do autor, o cristianismo não existe sem o judaísmo, bem como o Novo Testamento depende do Velho.

Tiago 2:25

Tiago 2:25 - E de igual modo Raabe, a meretriz, não foi também justificada pelas obras, quando recolheu os emissários, e os despediu por outro caminho?
E DE IGUAL MODO RAABE. O escritor usa um outro exemplo do Velho Testamento para exemplificar que a fé coopera com as obras e vice-versa, no que diz respeito a justificação diante de Deus e também, neste caso, diante dos homens. Esta Raabe é citada no livro de Josué, como também no livro aos Hebreus, como uma heroína da fé. No Novo Testamento ela é citada na genealogia de Jesus Cristo, como sendo alguém que fez parte da família e dos antepassados do Salvador da humanidade.

A MERETRIZ. No caso do texto usado como referência no Velho Testamento, chama Raabe de “prostituta” e nós podemos conferir e diz o seguinte: Josué 2:1 - E Josué, filho de Num, enviou secretamente, de Sitim, dois homens a espiar, dizendo: Ide reconhecer a terra e a Jericó. Foram, pois, e entraram na casa de uma mulher prostituta, cujo nome era Raabe, e dormiram ali. Como se diz nos dias de hoje, Raabe era uma mulher de vida livre que se prostituía para se manter, ela era uma meretriz.

NÃO FOI JUSTIFICADA. Faz-se necessário destacar o pensamento teológico de Tiago, que era diferente do de Paulo, o apóstolo dos gentios. Tiago pertencia ao judaísmo e foi convertido ao cristianismo, porem, concentrou suas atividades na igreja de Jerusalém, que em parte permanecia na ortodoxia da legislação de Moisés. Já Paulo, foi enviado por Cristo para ser o apóstolo dos gentios, Portanto, os escritos de Paulo foram enviados para pessoas que seguiam o paganismo e aceitaram o cristianismo.

PELAS OBRAS. Estas obras a que se refere o autor, também não dizem respeito às obras da lei, mas sim as boas ações que alguém pode fazer para com o seu próximo, que faz achar graça diante dos homens e de Deus. E neste caso, Raabe fez o bem aos espias enviados por Josué para monitorar as terras de Jericó. Aquela mulher recebeu bem aqueles dois missionários, além do mais, os escondeu em sua casa para que não fossem mortos, e por fim, os despediu em paz, depois de firmar aliança com eles.

QUANDO RECOLHEU. Não se sabe ao certo, qual foi à intenção daqueles dois homens em se hospedarem na casa de Raabe. Todavia, tanto aquela mulher, quanto os moradores de Jericó reconheceram de que eles eram espias de Israel. Descoberto o fato, eles passaram a correr risco de vida, porque as autoridades de Jericó ficaram tomados de medo e pavor, bem como toda a cidade. De forma que os inimigos buscaram na casa de Raabe os dois missionários, porem, ela os escondeu de todos.

OS MISSIONÁRIOS. O texto hora citado pelo escritor não nos revela os nomes destes dois missionários que foram enviados por Josué para espiar as terras de Jerico. Na passagem do livro de Josué eles são chamados de “espias”, mas, neste texto que estamos comentando, o apóstolo os classifica de missionários. Porem, o certo é que eles estavam ali para fazer um levantamento de como eram as terras de Jericó.

E OS DESPEDIU POR OUTRO CAMINHO. A casa de Raabe ficava em cima do muro da cidade. Os espias não podiam sair pela porta da frente e atravessar toda a cidade, porque seriam pegos pelos soldados do rei de Jericó. Josué 2:15 - Ela então os fez descer por uma corda pela janela, porquanto a sua casa estava sobre o muro da cidade, e ela morava sobre o muro. Desta forma, Raabe ajudou os espias a escaparem.

Tiago 2:23-24

Tiago 2:23-24 - E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abraão em Deus, e foi-lhe isso imputado como justiça, e foi chamado o amigo de Deus. Vedes então que o homem é justificado pelas obras, e não somente pela fé.
E CUMPRIU-SE A ESCRITURA, QUE DIZ. O autor se refere à passagem de Gênesis 15:6 - E creu ele no Senhor, e imputou-lhe isto por justiça. Como também é citada por Paulo em Romanos 4:3 - Pois, que diz a Escritura? Creu Abraão em Deus, e isso lhe foi imputado como justiça. De fato, no tempo em que esta epístola foi escrita, não havia ainda um Novo Testamento completo como temos hoje, e os autores e pregadores do cristianismo usavam as Escrituras dos judeus para provarem seus argumentos.

E CREU ABRAÃO EM DEUS. O patriarca Abraão viveu em um tempo de profundas tendências politeístas, em que os seres humanos de sua época eram dominados pela idolatria, com adoração aos ídolos e as imagens de esculturas. No entanto, diferente dos cidadãos daquela época, ele decidiu por sua fé e confiança no Deus único e verdadeiro, Criador dos céus e da terra. Razão porque, se firmou uma aliança com seus descendentes, que passou a ser o Israel de Deus, até os dias de hoje e sempre.

E FOI-LHE ISSO IMPUTADO COMO JUSTIÇA. O fato de Abraão seguir o monoteísmo, com a crença no único Deus verdadeiro, fez toda a diferença, e isso cativou e chamou a atenção do Deus Criador, como sendo algo que agradou o seu coração. A fé de Abraão, que viveu antes da instituição da lei de Moisés, foi tão importante diante do coração de Deus, que o Senhor o classificou de justo sobre a terra. E diante do fato, isso o fez ser justificado pela sua fé, que o levou a praticar boas ações em sua vida.

E FOI CHAMADO AMIGO DE DEUS. Segundo as Santas Escrituras, todos aqueles que deixam de adorar o verdadeiro Deus para seguirem o politeísmo com suas crenças nas falsas divindades, criadas pela imaginação dos homens passam a ser indicados como inimigos de Deus. No caso de Abraão, que dedicou sua adoração e serviço ao Deus único e verdadeiro, ele passou a ser chamado por todos que lhe conheciam como sendo amigo de Deus, alguém que em tudo buscava agradar ao Criador.

VEDE QUE O HOMEM É JUSTIFICADO. Ser justificado neste caso é ser aprovado perante Deus. Abraão, certamente entrou em contradição com os costumes religiosos de sua época, pela sua atitude de seguir um caminho diferente dos seus contemporâneos, ao partir para a adoração ao Deus único e verdadeiro, quando a regra geral da sociedade de sua época era adorar aos ídolos e as imagens de esculturas. Sua atitude foi considerada pelos judeus como uma obra extraordinária.

PELAS OBRAS. O pensamento dos seguidores do judaísmo era de que, as boas obras eram justificadas pela obediência aos mandamentos da legislação de Moisés. Já para o pensamento teológico do cristianismo, principalmente defendido por Paulo, a fé é que justifica o homem perante Deus. E isso é fato para a era da nova dispensação da graça.

E NÃO SOMENTE PELA FÉ. Porem, Abraão viveu em um tempo em que, nem prevalecia o judaísmo, nem a cristianismo. No entanto, mesmo assim, suas atitudes, classificadas pelo autor de obras, foi quem o justificou perante o Criador dos céus e da terra.

Tiago 2:21-22

Tiago 2:21-22 - Porventura o nosso pai Abraão não foi justificado pelas obras, quando ofereceu sobre o altar o seu filho Isaque? Bem vês que a fé cooperou com as suas obras, e que pelas obras a fé foi aperfeiçoada.
PORVENTURA O NOSSO PAI ABRAÃO. Os seres humanos tem um princípio comum, quando acham em sua genealogia como Pai, Adão (1 Coríntios 15:45). Todos aqueles que nasceram de nova pela regeneração do Espírito de Deus, tem como Pai comum, o Deus Criador de todas as coisas (João 1:11-12). Já os judeus, encontravam sua paternidade genealógica nesta personagem importantíssima para Israel, chamado Abraão. Deus fez promessa a Abraão, que dele nasceria uma nação (Gênesis 12:2).

NÃO FOI JUSTIFICADO PELAS OBRAS. Na cronologia das alianças, houve três períodos diferentes, o tempo antes da lei, o período da lei de Moisés, que foi a aliança com Israel e a nova dispensação da graça, que é o tempo atual. Neste caso em pauta, o escritor se refere a um tempo em que não havia aliança estabelecida. No caso de Abraão, ele viveu em um tempo em que não tinha regras nem lei escrita sobre o que as pessoas deviam ou não deviam fazer, mesmo assim, ele foi justificado pelas obras.

QUANDO OFERECEU SOBRE O ALTAR. Este caso esta registrado no capítulo vinte e dois do livro de Gênesis, como ilustração de que a fé e as obras andam juntas e não uma separada da outra. Abraão quebrou a regra geral de sua época, em que as pessoas eram politeístas, e ele passou a ser monoteísta, crendo em um único Deus verdadeiro, e isso pela fé. No entanto, esta fé foi posta em prática, quando ele obedeceu a Deus, e tomou a atitude de dedicar a vida do seu único filho a Deus.

SEU FILHO ISAQUE? O nascimento de Isaque, como filho legítimo de Abraão, foi o cumprimento da promessa de Deus ao seu servo. O seu nome que era muito comum entre os judeus desta época, também é muito comum em nosso país, muitas vezes com a variação de Isaac, tem o significado de: “Filho da alegria ou nascido para sorrir”. Isaque nasceu por um milagre da parte de Deus, uma vez que seus Pais, Abraão e Sara, já eram bastante avançados em idade quando geraram esse menino.

BEM VÊS QUE A FÉ. Neste caso, a fé citada pelo autor, não é a fé como sendo o corpo de doutrinas cristãs, contidas nas boas novas do evangelho da nova dispensação, mas sim, a fé como sentimento de confiança e convicção naquilo que podemos pensar sobre Deus e o que ele faz em prol do homem. Quando estudamos o texto a que se refere o foto citado, descobrimos que Abraão agiu com fé no milagre de Deus.

COOPEROU COM AS OBRAS. Esta fé subjetiva, como sendo o pensamento positivo naquilo que se espera que aconteça, foi à força motivadora para que o resultado do fato rendesse glórias a Deus. A fé usada de forma ideal e verdadeira resulta em ações de graças, pelo que Deus termina realizando em prol dos que nele confiam inteiramente. Abraão acreditou que Deus poderia fazer uma coisa nova em seu favor, e assim foi.

E QUE PELAS OBRAS A FÉ FOI APERFEIÇOADA. O exemplo de fé deixado pelo patriarca Abraão, desde este fato, até os dias de hoje, serve de modelo para aqueles que depositam sua esperança no trabalhar de Deus em prol dos seus servos.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Tiago 2:19-20

Tiago 2:19-20 - Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o creem, e estremecem. Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?
TU CRÊS QUE HÁ UM SÓ DEUS. O autor se dirige tanto aos seguidores do judaísmo, quanto aos seguidores do cristianismo, e a todos aqueles que têm uma fé monoteísta, ou seja, que acreditam apenas em um único Deus verdadeiro, e não aos seguidores do paganismo ou seguidores do politeísmo, com suas crenças em várias divindades falsas. Neste caso, o apóstolo transmite sua mensagem para aquelas pessoas que conheciam as verdades da palavra do Senhor, sobre o Deus Criador, esse é o único Deus.

FAZES BEM. Assim sendo, o escritor faz o seu elogio pela atitude correta dos seus leitores, ao afirmar que eles estavam mais que certos, em acreditarem que só existe um único Deus verdadeiro. Com isso ele deixa transparecer que, aqueles que seguem o politeísmo, com suas crenças nos ídolos e nas imagens de escultura fazem mal ou agem errado. A crença ideal ou verdadeira é aquela que esta direcionada para o Criador de todas as coisas, que é o Deus Pai, Deus Filho e o Espírito Santo.

TAMBÉM OS DEMÔNIOS O CREEM. Os demônios são seres espirituais que estão servindo ao diabo e ao mau. Na eternidade passada os demônios serviam a Deu e ao seu reino, como anjos de luz, porem, na rebelião de satanás se tornaram malignos para servirem ao império das trevas. Eles acreditam em Deus, porque conhecem o Criador de todas as coisas, de fato, como ele é, porque viviam na presença do Senhor. Eles não obedecem a Deus, por causa da rebelião, mas sabem quem é o Deus Todo-poderoso.

E ESTREMECEM. Essa é uma expressão usada pelo autor para representar o medo que os demônios sentem das providências de Deus. Quando da rebelião, juntamente com satanás, os demônios foram precipitados dos céus para as trevas, como castigo pela apostasia que praticaram contra o Criador. Muitos dos demônios estão no inferno, em sofrimentos agudos, sem contar que a eternidade futura deles será no lago de fogo e enxofre, para onde irão o diabo e todos aqueles que não creem em Cristo Jesus.

MAS, Ó HOMEM VÃO. Percebe-se uma discussão teológica entre o seguidor da legislação mosaica e o convertido ao cristianismo. Onde o judaizante chama o cristão de homem insensato, vazio e desprovido de inteligência, por dar mais valor à fé do que a prática das boas obras. Neste texto, nota-se o clima de hostilidade que reinava dos judaizantes contra os cristãos primitivos. Conceitos opostos entre a lei e a graça.

QUERES TU SABER QUE A FÉ. Esta fé a que se refere o autor, diz respeito a tudo aquilo que envolvem as doutrinas cristãs, anunciadas pelas boas novas do evangelho. Tiago, assim como a maioria dos apóstolos que ficavam em Jerusalém, (a base ortodoxa da igreja primitiva) defendia que os cristãos precisavam guardar tudo aquilo que estava escrito no Velho Testamento, inclusive a legislação mosaica.

SEM AS OBRAS É MORTA. O apóstolo não está combatendo a fé em Cristo para a salvação, mas sim, mostrando que o cristianismo é filho do judaísmo, e que o Novo Testamento é o cumprimento do Antigo Testamento e que um não existe sem o outro.

Tiago 2:17-18

Tiago 2:17-18 - Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.
ASSIM TAMBÉM A FÉ. Os seguidores do judaísmo procuravam supervalorizar a prática das boas obras, como sendo o cumprimento das ordenanças da legislação mosaica, enquanto que os cristãos buscavam dar mais valor a prática da fé. Porem, os judeus convertidos ao cristianismo defendiam um meio termo, valorizando um tanto as obras da lei, sem, no entanto, deixar de exercer a fé. Sem falar que, os cristãos mais ortodoxos tinham uma tendência maior pelas boas obras, no caso do nosso escritor.

SE NÃO TIVER AS OBRAS. Tiago, o escritor desta carta, foi instruído desde a mais tenra idade sobre a prática das obras da lei. Converteu-se ao cristianismo, mas seu ambiente ministerial ficou até então restrito a igreja mãe de Jerusalém, que era por demais ligada a muitas das práticas do judaísmo. Percebe-se que o escritor, não só neste texto, mas em grande parte de sua epístola tem uma tendência mais ortodoxa, do que o evangelho da libertação pregado e ensinado por Paulo, apóstolo dos gentios.

É MORTA EM SI MESMO. Precisamos entender a importância deste autor, no trabalho de mediação entre a antiga aliança de Deus com Israel e a nova aliança de Cristo com a sua igreja. De forma que, o apóstolo não está tentando voltar ao tempo da lei, nem buscando desvalorizar a fé cristã, mas sim, mostrando a necessidade de também praticar boas ações, como confirmação da fé. Com isso, ele tenta explicar para seus leitores que, se juntar as boas ações com a prática da fé, o resultado é vida eterna.

TU TENS A FÉ. Neste ponto, o apóstolo aponta para aqueles que deixaram de seguir o judaísmo legalista e ortodoxo para seguires o cristianismo. Esta fé a que se refere o autor diz respeito às doutrinas cristãs defendidas e publicadas pelas boas novas do evangelho da graça de Deus. Os seguidores de Cristo são aqueles que passaram a crer inteiramente na obra redentora de Cristo como meio de Salvação, independentemente do que a pessoa tenha feito, antes de se converter ao cristianismo verdadeiro.

E EU TENHO AS OBRAS. Já nesta frase, o autor aponta para aqueles que diziam ter direito a todas as bênçãos de Deus por seguirem a legislação mosaica, guardando todos os mandamentos da lei. Na lei, os seguidores do judaísmo eram obrigados a praticarem as boas obras como meio de serem abençoados pelas promessas de Deus. De maneira que, os judaizantes faziam questão de praticarem boas ações para demonstrarem sua religiosidade. Além do mais, barganhavam a Deus por tais atitudes.

MOSTRA-ME A TUA FÉ SEM AS OBRAS. Neste caso, o escritor denuncia a hipocrisia religiosa dos que se dizem cristão, e que confessam ser pessoas de grande fé, mas que não dão testemunha desta mesma fé pela confirmação das obras. A fé neste caso é subjetiva, que se traduz por teoria, enquanto as obras é a fé posta em prática.

E EU TE MOSTRAREI A MINHA FÉ PELAS OBRAS. A fé subjetiva ou teórica, que o autor critica em frase anterior, não pode ser mostrada. Mas, a fé prática pelas obras, essa sim pode ser vista por todos. O escritor incentiva a prática de boas ações pela fé.

Atos 28.30-31

Atos 28.30-31 - E Paulo ficou dois anos inteiros na sua própria habitação que alugara, e recebia todos quantos vinham vê-lo. Pregando o rein...