Romanos 7:2

Romanos 7:2 - Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido, está livre da lei do marido.

PORQUE A MULHER. Paulo usa então, mais uma de suas metáforas para ilustrar verdades espirituais dentro da defesa de suas teses, o que é recorrente dentro dos seus escritos, como artifício literário. Não há dúvida que o apóstolo se baseia na cultura machista do povo hebreu, que discriminava redondamente o sexo feminino, principalmente no aspecto do matrimônio, em que a mulher, em muitos casos, não passava de um objeto de uso do seu marido. O cristianismo melhorou muito nisto.

ESTÁ SUJEITA. O que Paulo chama de sujeição dentro da nova dispensação, ou submissão, na cultura dos judeus podia se chamar de escravidão. Dentro da estrutura familiar a mulher não usufruía quase que de nenhum direito, senão apenas do próprio alimento, com a responsabilidade da procriação. Em muitos casos, o regime que determinava o estado de escravidão não era diferente do das mulheres judias.

AO MARIDO. No que concerne à mulher dentro da estrutura familiar e de acordo com o julgamento dos costumes da cultura judaica, elas não tinham direito, em hipótese alguma, de pedir o divórcio. Já os maridos, eles podiam despedir carta de divórcio contra suas esposas por qualquer motivo, e isso era algo normal para a sociedade daquela época. As civilizações antigas não eram diferentes da judaica e às vezes piores.

ENQUANTO ELE VIVER. Havia uma desigualdade gritante de direitos entre a mulher e o seu marido, porque em muitos casos, e em diversas culturas, o contrato de casamento, para o marido, se constituía em um contrato de pose, em que a mulher se tornava sua propriedade, enquanto aquele marido fosse vivo. Desta forma, o adultério por parte da mulher era algo inaceitável gerando motivo de morte para a mulher que traísse seu esposo. Por outro lado, os homens trocavam de mulher como se troca de roupa.

ESTÁ-LHE LIGADA PELA LEI. Certamente, o apóstolo dos gentios está se referindo ao que determinava a legislação de Moisés quanto aos contratos de casamentos celebrados entre os judeus e suas respectivas esposas. Conforme as confirmações histórias das demais civilizações, a coisa não era diferente do que acontecia com os costumes vigentes entre os hebreus, em que as leis dos homens eram bem parecidas.

MAS, MORTO O MARIDO. No entanto, estas próprias leis determinavam de que a partir do momento em que tais mulheres se tornavam viúvas, elas estavam livres para adquirirem outro casamento. É bem provável que Paulo, em termos de ilustração tivesse a intenção de falar sobre o novo regime que passou a vigorar a partir do momento em que por Cristo foi implantada a nova dispensação da graça de Deus.

ESTÁ LIVRE DA LEI DO MARIDO. No que diz respeito à metáfora usada por Paulo, com verdades espirituais, com a implantação da nova dispensação da graça de Deus, ninguém mais estava obrigado a guardar o antigo regime da lei de Moisés, porque uma nova ordem de coisas estava em vigor. Todo aquele que está em Cristo Jesus, não mais é obrigado a guardar as exigências da legislação de Moisés, isso porque Cristo cumpriu pelos seus remidos todas as exigências, determinações e estatutos da lei de Moisés.